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Nº 5759
Cidades Polícia suspeita que crianças mortas foram vítimas de envenenamento pela própria mãe

MULHER SUSPEITA DE MATAR FILHOS INSISTIU PARA NÃO HAVER PERÍCIA

Três inquéritos policiais foram instaurados pela Polícia Civil de Alagoas para investigar o caso

Por Regina Carvalho e Mariane Rodrigues | Edição do dia 28/11/2023 - Matéria atualizada em 28/11/2023 às 04h00

O pai e a irmã da mulher investigada por tentar matar a própria mãe e assassinar os dois filhos por envenenamento declararam à polícia que as atitudes dela levantaram suspeitas sobre a autoria dos crimes.

Além da insistência em não mandar o corpo do segundo filho de 3 anos para a perícia, ela teria feito pesquisas sobre veneno na internet.

De acordo com o delegado Arthur César, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, há declarações do pai e da irmã da suspeita, que tem 27 anos e está presa. "Tem o laudo da mãe dela também contra ela. Teve o comportamento fora do esperado”, disse.

Três inquéritos policiais foram instaurados pela Polícia Civil. “São três inquéritos: um da menina; um do menino; e outro da mãe dela. Primeiramente, ela será indiciada por tentativa de homicídio qualificado pelo uso do veneno contra a mãe. Já será concluído essa semana”, detalhou o delegado.

Em relação aos outros dois inquéritos policiais, a Polícia Civil vai aguardar a exumação dos cadáveres ser autorizada pela Justiça.

A mulher está presa desde a última sexta (24), por suspeita de envenenar e matar dois filhos, além de tentar matar a própria mãe no ano de 2021. Ela foi presa quando estava na Central de Flagrantes, em cumprimento de mandado judicial, no momento que registrava um Boletim de Ocorrência (BO).

O caso ocorreu quando os filhos tinham 1 e 3 anos. Eles morreram, respectivamente, nos anos de 2016 e 2021. O delegado Arthur César revelou que, na época, as crianças foram sepultadas sem passar pelo IML, o que complicou a identificação da causa de suas mortes.

Após a prisão da mulher, a Polícia Civil de Alagoas pediu a exumação dos corpos dos filhos delas, mortos em 2016 e 2021. As investigações policiais acreditam que as crianças tenham sido vítimas de envenenamento.

"As mortes foram sempre suspeitas. As crianças passam mal, vão para o hospital, depois falecem e são enterradas sem passar pelo IML [Instituto Médico Legal]. Como a própria família leva, os médicos não vão desconfiar que a própria família tenha feito algum mal contra as crianças. As crianças acabaram sendo enterradas, não passaram pelo IML e a única prova que temos no momento são as suspeitas da família. Já pedi a exumação dos dois cadáveres das crianças para identificar se nesses dois cadáveres ainda há vestígios de algum veneno", afirmou o delegado Arthur César, em entrevista à imprensa.

Durante o interrogatório, a mulher presa afirmou que tentou matar a mãe por causa de um desentendimento, já que a vítima teria dito que ela não podia mais ter filho, visto que duas crianças já haviam morrido.

"Ao confessar, ela colocou culpa na mãe, de que a mãe teria irritado ela. Mas para a família, ela fez isso contra a mãe porque a família suspeitava que ela também tinha envenenado os dois filhos dela. A mãe disse para ela e para a família que se tivesse certeza que ela tinha matado as crianças, iria entregá-la à polícia. E essa, para a família, é que teria sido a real motivação para ela tentar matar a mãe", expôs a autoridade policial.

Os inquéritos foram abertos neste ano e a Polícia Civil disse que passou a dar prioridade nas investigações do caso. Isso porque a mulher estava novamente com um terceiro filho, de sete meses.

"Dado o histórico e as suspeitas contra ela, a gente acelerou os inquéritos, o contato com os órgãos para tentar salvar essa criança que estava com ela", afirmou o delegado.

A mulher foi presa ao ir à delegacia registrar um Boletim de Ocorrência, alegando que estava sendo seguida por dois homens. Ela não sabia, mas eles eram policiais que estavam em busca dela para cumprir mandado de prisão.

Os corpos só poderão ser exumados caso haja uma autorização da Justiça.

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