Cidades
Amea�as ser�o denunciadas ao MP

FELIPE FARIAS Repórter As ameaças de morte à interventora designada pelo Ministério da Educação (MEC) para o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Alagoas, Ivone Maria Elias Moreyra, serão denunciadas por professores e alunos ao Ministério Público Federal como parte de uma mobilização em solidariedade a ela, aberta amanhã com ato público convocado para o próprio Centro. O anúncio foi feito em entrevista coletiva de representantes desses segmentos das três unidades do Cefet, na sede, no Poço. Além de Maceió, há unidades em Marechal Deodoro e Palmeira dos Índios. Ela [a diretora] nem sabe da nossa iniciativa, que pretende envolver toda a sociedade, porque o Cefet é uma instituição pública. Se não tomássemos essa posição, estaríamos sendo coniventes com as irregularidades que ela identificou e denunciou, disse Sérgio Tavares Pereira, eleito no ano passado como um dos representantes do corpo docente do Centro no Conselho Diretor do Cefet-AL, a entidade máxima da instituição. Ameaças A entrevista teve a presença de dez professores e oito alunos; entre os quais representantes dos grêmios dos cursos e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que representa os de cursos superiores. Segundo eles, as ameaças sofridas pela diretora acabam atingindo professores e alunos, que desde o ano passado compõem um movimento pela democratização do Centro. O ato público está marcado às 9h, no auditório da sede do Cefet, para o qual foram convidados representantes das comissões de direitos humanos da Assembléia Legislativa, da Câmara de Vereadores e da OAB de Alagoas, do Ministério Público Federal e estadual e, segundo eles, de outros segmentos da sociedade. As ameaças começaram há mais de um mês, por meio de mensagens enviadas para o celular da diretora ameaçando-a de acabar num paletó de madeira. O caso foi denunciado à Polícia Federal, que, segundo os professores e alunos, considerou a expressão uma clara ameaça de morte, passou a investigar, mas ainda não identificou a origem das mensagens. Agentes da corporação estão fazendo a segurança pessoal de Ivone Maria. Há duas semanas, ela denunciou que as irregularidades financeiras cometidas por gestões anteriores chegavam a R$ 1,2 milhão. Já vivemos outras situações assim, de ameaças, perseguição e até de agressão a quem quisesse denunciar irregularidades. Os responsáveis por isso precisam saber que as práticas da ditadura já acabaram, acrescentou Matheus Felipe Gomes Galvão, representantes dos estudantes.