Cidades
Chuva provoca transtornos em Macei�

MARCOS RODRIGUES Repórter A chuva que caiu por 40 minutos, no início da tarde de ontem em Maceió, deixou em alerta os moradores das duas principais áreas de risco da capital. Nas grotas Santa Helena (Chã da Jaqueira) e do Ouro Preto (Gruta) os moradores ficaram apreensivos. As águas também causaram transtornos a moradores na Levada, no Centro, Farol, Cambona e Mercado. Na Avenida Fernandes Lima, durante 50 minutos, os sinais de trânsito ficaram todos paralisados. Não foram registrados acidentes, mas o trânsito ficou confuso em vários pontos de cruzamento de pista. A origem do problema estava na subestação da Ceal, no bairro do Pinheiro. A pane no sistema elétrico também deixou sem energia os municípios de Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos. Nem a casa da mãe do prefeito Cícero Almeida, no bairro do Prado, escapou da força das águas e ficou ilhada por algumas horas, até o lixo escoar junto com a lama. Tensão Na Grota do Ouro Preto, na divisa dos bairros da Gruta e do Ouro Preto, o medo voltou a fazer companhia aos moradores. A tensão existe desde junho do ano passado quando um muro cedeu esmagando cinco barracos e matando oito pessoas no local. Fiquei preocupada e fui para casa de uma amiga que morava fora da barreira. Vivo à base de remédios. Até hoje só fazem foto, filmagem e cadastro, mas a moradia que prometeram até agora não veio, desabafou a dona de casa, Maria Salete da Silva, 44. Nas chuvas de junho do ano passado, depois de 18 anos morando na grota, ela perdeu a casa. No mesmo local, com a ajuda de vizinhos, construiu uma outra ainda menor e de taipa. Uma outra moradora, Maria das Dores, 42, casada e mãe de dois filhos, questionou a demora para a transferência das famílias para outro local. Sei que existe um cadastro na Secretaria Municipal de Habitação, só não sei se a turma do outro prefeito (Alberto Sextafeira) deixou os nomes lá, lembrou a dona de casa. Na área atingida pela queda da barreira, o proprietário cansou de esperar o poder público e está apilando a área com cimento, formando uma parede para o escoamento da água. Rachadura Na Grota Santa Helena é a fé que ainda mantém os moradores. Isso, entretanto, não contém a revolta pela obra de contenção da barreira que ano passado matou cinco. Ao todo, segundo uma placa indicativa, foram gastos R$ 18 mil, na construção de um alicerce, ao invés de uma parede de concreto armado. Uma moradora que não se conforma é a dona-de-casa Cícera Rodrigues de Matos, 50. Ela convive com uma rachadura que divide sua casa ao meio. A prefeita (se referindo à vice Lourdinha Lyra) veio aqui e a única coisa que fez foi prometer uma casa no Conjunto Carminha. Moro com dez pessoas e meu marido doente. Não cabemos na casa de lá e também não quero morrer nas mãos dos ladrões que agem naquele lugar, reclamou pedindo ajuda para não perder seu imóvel. Defesa A defesa Civil Municipal está em alerta. Segundo o Coordenador Adriano Augusto de Araújo, o órgão está em contato direto com o Centro de Meteorologia. Estamos mobilizados e atentos às informações. Sabemos, por exemplo, que choverá nos próximos dois dias em horários distintos. Quanto às áreas de risco, estão sendo monitoradas, garantiu Adriano.