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Caixa-preta retirada de �nibus amea�a resultado de per�cia

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FELIPE FARIAS Repórter O perito responsável pela investigação das causas do acidente com o ônibus de turismo que matou dez pessoas na última sexta-feira e mais uma anteontem ainda não teve acesso ao tacógrafo do veículo. O dispositivo, que deixa registrado todo o comportamento do coletivo durante a viagem - uma espécie de caixa-preta de veículos de carga e transporte de passageiros - é a prova que vai determinar se o ônibus estava mesmo em velocidade excessiva, apesar da forte chuva, como informaram os passageiros. O Código de Trânsito estabelece que somente o perito criminal pode retirar o tacógrafo, em casos de acidente. Mas, segundo André Peixoto, perito do Instituto de Criminalística (IC), que fez todos os levantamentos no local, um trecho da AL-101, município de Porto Calvo, o dispositivo já teria sido retirado por PMs. “Entendemos que isso deve ter sido feito até por um excesso de preocupação dos responsáveis pela segurança do próprio dispositivo. E diria que estou até tranqüilo em saber que o tacógrafo está com a PM. Mas, oficialmente, já houve a quebra de uma recomendação legal”. Segundo ele, se o tacógrafo não tiver sido acondicionado de modo correto, como têm de ser todas as provas materiais recolhidas no local da ocorrência, esse item pode ficar comprometido enquanto elemento de prova sobre as reais condições do acidente que deixou ainda pelo menos 33 pessoas feridas. “Todas as provas recolhidas em local das ocorrências precisam ser acondicionadas de modo correto”. Por isso, segundo ele, é que a primeira coisa a ser avaliada é se o tacógrafo está mesmo íntegro e pode ser usado na investigação sobre as causas do acidente. Segundo o perito, o dispositivo teria sido recolhido por militares da Polícia Rodoviária Estadual e estaria no Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRv). O perito prevê que deve ter acesso ao tacógrafo do ônibus hoje. Análise Segundo as testemunhas, o ônibus estaria em alta velocidade, apesar da chuva forte que caía no trecho da rodovia no momento do acidente, por volta de 6h30 da última sexta-feira. Um dos indícios disso seria o fato de o veículo estar na marcha 7 no momento em que perdeu o controle, derrapou e tombou. Esta é a última e corresponde justamente à de maior velocidade. Outro indício seria o fato de o coletivo ter percorrido cerca de dez metros no canavial no qual tombou. O perito já realizou levantamentos no local e ainda está analisando essas apurações. Segundo Peixoto, os dados já colhidos serão confrontados com outros, fruto da análise das informações que é feita posteriormente no próprio Instituto de Criminalística e até de confrontação com a avaliação de outros peritos. Ele não descartou a possibilidade de fazer novos levantamentos no ônibus, para tirar dúvidas sobre a análise, cujo laudo deve ser divulgado em um prazo de dez dias. O diretor do Centro de Perícias Forenses (CPFOR), ao qual o Instituto de Criminalística está vinculado, Ailton Villanova, disse que o laudo será uma das peças que podem ser usadas pelas famílias das vítimas nas ações em busca de reparação. Pelo menos duas vítimas permanecem internadas.

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