Os petroleiros de Alagoas aderiram ontem à greve de advertência nacional, por 24 horas, para pressionar a direção da Petrobras a apresentar uma nova proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) referente ao ano de 2001. A paralisação atingiu as unidades de produção de petróleo e gás natural nos municípios de Pilar e São Miguel dos Campos. Mas os dirigentes do Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro) garantiram que não haveria problemas de abastecimento de combustível ou gás de cozinha no Estado, pois os estoques nas refinarias estavam altos. O assessor de imprensa do Sindpetro, Pedro Barbosa, explicou que a paralisação de advertência teve como principal motivo o rebaixamento do pagamento da PLR aos trabalhadores este ano, que equivale à metade do que foi concedido em 2001. “A Petrobras distribuiu no ano passado aos acionistas R$ 2,5 bilhões em dividendos referentes ao exercício de 2000, e os trabalhadores tiveram direito a 11% sobre esse valor”, explica Pedro. “Este ano, a Petrobras reservou aos acionistas R$ 3,5 bilhões, mas os trabalhadores tiveram direito a apenas 6,16% sobre esse valor”. Segundo Pedro, os petroleiros querem que a Petrobras cumpra o que determina a Lei 10.101 – que trata da PLR das estatais – estabelecendo que a reserva para os trabalhadores pode chegar até 25%. Ele lembra que enquanto os acionistas tiveram uma elevação de 39,32% na participação nos lucros da empresa este ano, os trabalhadores tiveram uma redução de 5%. “Há forte perspectiva de a Federação Única dos Petroleiros (FUP) endurecer a mobilização, caso a Petrobras não apresente uma contraproposta em relação a PLR”.