Cidades
Falta de �gua atinge 30% de Macei�

FÁTIMA ALMEIDA Repórter Um defeito nos equipamentos da estação de tratamento do Riacho do Cardoso, em Bebedouro, deixou 30% de Maceió sem água, desde a última sexta-feira. Muita gente está sendo obrigada a usar água mineral para os serviços domésticos. Nas áreas mais pobres a água da chuva está sendo aproveitada até para cozinhar. Quem não tem reservatório não sabe mais o que fazer. E mesmo quem tem, já foi atingido pela falta dágua. De acordo com a assessoria de comunicação da Casal, o problema começou na sexta-feira (10), quando alguns equipamentos quebraram, inundando a estação de tratamento. Por volta das 16 horas o fornecimento foi paralisado para conserto das bombas, com perspectiva de ser normalizado no domingo (12), mas os danos eram maiores do que o esperado e até ontem a companhia ainda trabalhava para contornar o problema. A nova perspectiva é de que só hoje, no final da tarde, o serviço seja plenamente normalizado. Sistema obsoleto Segundo o assessor de comunicação da estatal, Francisco Alves, há muito tempo não acontece um problema de tamanha dimensão. Ele reconhece, no entanto, que alguns equipamentos do sistema Catolé-Cardoso, instalados na década de 50, estão obsoletos. A Casal tem trabalhado na recuperação e substituição desses equipamentos, para diminuir os transtornos, mas a rede é muito antiga, por isso ocorrem problemas, diz ele. Para quem está sem água desde sexta-feira, a espera é longa, mesmo para aquelas pessoas que estão acostumadas a conviver diariamente com a escassez. A dona-de-casa Ranúzia Simplício, que mora na Vila Kenedy, no Vergel do Lago, junto com outras seis pessoas, tem três reservatórios em casa, com capacidade total de 1.800 litros de água. Já está acostumada a enchê-los durante a madrugada, quando a água chega com mais força, mas a última vez que conseguiu foi na madrugada de sexta-feira. Sem água nas torneiras, os reservatórios secaram. Ontem, ela usou o restinho da água para fazer o almoço. Estamos aparando água da chuva para os serviços domésticos, mas não serve para cozinhar. Não sei como vou fazer o jantar. Acho que vamos ter que comer de marmita, diz ela. Bombas A doméstica Maria Célia Alves Feitosa, também residente no Vergel, ainda consegue puxar água de bomba, durante a madrugada. Mas está dividindo com a patroa, que mora na Rua Santa Rosa, no mesmo bairro. Venho buscar de balde, para fazer os serviços domésticos, porque lá está faltando desde sexta-feira. Estão comprando água mineral para cozinhar, diz ela. Numa creche-escola, próximo à Praça Padre Cícero, a solidariedade dos vizinhos ajuda a manter a higiene das crianças. Segundo a professora Tânia Alves dos Santos, a escola não tem reservatório e desde a semana passada não tem água nem para as crianças lavarem as mãos. Estamos pegando água de balde, mas a maioria dos vizinhos também já está sem água, diz.