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Temporal amea�a inundar Litoral Norte

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CARLA SERQUEIRA Repórter A chuva que caiu na madrugada de ontem no Litoral Norte de Alagoas deixou muita gente sem dormir. Na AL-101 Norte, moradores de Matriz do Camaragibe (a 75km de Maceió) vigiavam as águas do Rio Camaragibe que inundaram uma grande área de pasto na entrada da cidade. Em Porto Calvo (a 98km de Maceió), o Rio Tapamandé invadiu a pista por volta das 15h. Os carros passavam com dificuldade. A Defesa Civil informou que não há registros de desabamentos ou desalojados na região. Maria Petrúcia dos Santos tem 55 anos e mora com mais seis crianças e quatro adultos. Em 2000, na enchente que devastou Matriz do Camaragibe, ela perdeu tudo que tinha. “Só fiquei com as roupas do corpo”, disse. Hoje, apesar de ter mudado de bairro, as águas da chuva ainda ameaçam sua família. Um brejo por trás de sua residência ganhou proporção de lagoa e um quarto teve que ser interditado. “E a água tá subindo ainda mais”, observa. Durante a tarde de ontem, muita gente ficou acompanhando o nível do Rio Camaragibe da beira da pista. “Já vim aqui duas vezes. Parece que tá subindo mesmo”, afirmou o pedreiro Antônio João da Silva. As lembranças da última enchente ainda assustam os moradores. A maioria teve as casas invadidas pelo rio. “A minha casa ficou com 1,20 metro de água naquela enchente e tudo começou assim, com o rio alagando primeiro o pasto”, relatou Antônio. A doméstica Maria Inaura dos Santos, 39, também perdeu uma casa na enchente de 2000. Hoje, em outra casa, ela vive o mesmo drama. Quando o volume do Rio Camaragibe aumenta, o seu quintal fica alagado e a sua criação de porcos e ovelha, prejudicada. O mesmo acontece com Sandra Helena dos Santos, 37. Ontem ela procurava duas porcas prenhas. “Meu quintal encheu e o jeito foi soltá-los. Estou desempregada e se eu não encontrar estes animais, terei um prejuízo grande”, disse, calculando que cada porca custa R$ 350, e cada filhote, R$ 50. Correnteza no asfalto A situação em Porto Calvo também começou a ficar preocupante na tarde de ontem. Na região chove forte desde segunda-feira. Um trecho da AL-101 Norte, distante cerca de 500 metros da entrada principal da cidade, ficou alagado pelas águas do Rio Tapamandé. Os motoristas temiam ultrapassar por causa da correnteza que ganhava cada vez mais força. “Passei por aqui logo cedo e não estava assim”, observou o marceneiro Manuel Brito da Silva Júnior, de 37 anos, que precisava voltar para Porto Calvo. As irmãs Célia e Silma da Silva tentavam cruzar a água para ir visitar uma tia no bairro Canaã que ficou interditado. “Só tem este acesso. Teremos que enfrentar a correnteza”, disse Célia da Silva. “Fiquei sabendo que estava enchendo tudo agora [às 16h] e resolvi saber como minha tia está lá do outro lado”, relatou, dizendo que o bairro Canaã sempre enche, já que fica à beira do rio. O secretário da Defesa Civil Estadual, coronel Antoney Freitas, informou que manteve contato com o comandante do 2º Grupamento de Bombeiros Militares (GBM) de Maragogi, major Paulo Sérgio, responsável pela região, e foi comunicado que estava chovendo muito nos municípios do Litoral Norte, mas que nada estava fora de controle. Segundo o coronel, a situação está mais grave em Jundiá (a 116km de Maceió), já que ontem à noite uma casa havia caído e algumas pessoas estavam desalojadas. Hoje, uma equipe da Defesa Civil fará vistorias na cidade. ### Casa desaba e soterra mãe e filhos no Agreste Arapiraca - A chuva que cai em Arapiraca de forma ininterrupta há mais de dois dias derrubou, ontem, parte de uma casa na Rua Dioclécio Lucindo, no bairro Zélia Barbosa Rocha (antigo Poço Frio), periferia da cidade. A doméstica Divanilza da Silva (30) e seus dois filhos, José Everton da Silva (4) e José Vinícius da Silva (9) ficaram parcialmente soterrados. Eles foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados à Unidade de Emergência do Agreste. O desabamento do casebre aconteceu às 15h30 de ontem. Mãe e filhos se protegiam da chuva que caía de forma intensa naquele instante quando foram surpreendidos pela rachadura de uma das paredes. “Tentaram correr, mas a parede desabou em poucos segundos”, explica o morador de uma casa vizinha. “A estrutura precária do imóvel não resistiu à força da água”, completou. Populares que moram em residências próximas ao local do desabamento prestaram os primeiros socorros às vítimas, que conseguiram sair dos escombros e buscaram abrigo na cozinha do imóvel. Bastante nervosa, a doméstica Divanilza da Silva clamava por socorro. Com escoriações no rosto, braços e pernas, as três vítimas foram levadas à Unidade de Emergência do Agreste. “Todos estão fora de perigo”, explicou um dos médicos de plantão. O esposo e outros dois filhos da doméstica nada sofreram. A família ficou desabrigada e depende da ajuda da população para encontrar nova morada.

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