Cidades
Congresso discute import�ncia da Medicina Legal em casos de tortura

A importância da perícia nos crimes de tortura foi tema de uma mesa-redonda realizada, ontem, na IV Jornada de Medicina e Odontologia Legais no Nordeste, no salão de convenções do Hotel Meliá. Paralelo à jornada, foi realizado também o I Congresso Brasileiro de Acadêmicos de Medicina e Odontologia Legais e a II Jornada Alagoana de Medicina e Odontologia Legais, promovidos pela Sociedade Brasileira de Medicina Legal (SBML). A mesa-redonda sobre Perícias nos Crimes de Tortura teve a participação do professor Genival Veloso de França, da Paraíba, membro da Anistia Internacional. Veloso afirmou que muitos Institutos Médicos Legais (IML) não possuem a estrutura necessária para realizar perícias. Difícil Muitos sequer possuem um raio-x, equipamento indispensável para observar lesões localizadas na parte óssea, exemplificou. Ele enfatizou que o trabalho da perícia legal no caso de tortura é bastante difícil, porque a maioria dos torturadores são pessoas qualificadas. A própria polícia repressiva é, na maior parte, responsável por atos de violência. Além disso, as próprias vítimas escondem-se na relação estreita entre torturador e torturado. O presidente do Congresso, Gerson Odilon Pereira, disse que a Medicina Legal sempre foi estigmatizada por isso, a realização de jornadas e congressos sobre o assunto são de fundamental importância para despertar o interesse dos estudantes pela área. Ele ressaltou a necessidade de que para o bom desempenho da Medicina Legal são necessários institutos estruturados e com profissionais qualificados e capacitados. Essa estruturação, ressalta Odilon, poderia ter evitado problemas com no caso das ossadas encontradas em cemitérios clandestinos em Alagoas, há alguns anos. A identificação dessas ossadas deveria ter sido feita de forma minuciosa. Jamais deveriam ter sido feitas escavações que acabaram misturando todas as ossadas, dificultando a identificação delas.