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Moradores aguardam ajuda prometida

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FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Feliz Deserto - Mais de dois meses depois da tragédia provocada pelas chuvas em Feliz Deserto, a 151 quilômetros de Maceió, os moradores ainda esperam a ajuda prometida pelo governo federal para a reconstrução da cidade. O relatório de Avaliação de Danos (Avadan), elaborado pela prefeitura com ajuda de técnicos da Defesa Civil Nacional, apontou que são necessários 2,4 milhões para reconstrução de casas e recuperação da infra-estrutura da cidade. A prefeita Rosiana Beltrão calcula, no entanto, que os prejuízos econômicos causados pelas chuvas no município chegam a mais de R$ 6 milhões. Isso representa mais de 50% do orçamento anual do município, que é de R$ 9 milhões e cuja arrecadação mensal não passa de R$ 450 mil. A prefeita acredita que para que o governo federal libere os recursos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que editar uma Medida Provisória. Rosiana vai a Brasília na próxima terça-feira, e espera receber do presidente Lula a notícia da liberação dos recursos para ajudar na reconstrução da cidade. A forte chuva que atingiu Feliz Deserto no dia 4 de maio e transbordou o Rio Conduípe provocou a destruição de 269 casas e danificou 50. A prefeita acrescentou que além das casas que serão construídas com recursos da União, o Estado prometeu fazer mais 100 casas. “Essas 100 casas vão atender as pessoas que moram em imóveis que foram destruídos, mas eram alugados”. ### Enquanto dinheiro não vem, população vive de donativo Enquanto a ajuda federal não chega, os moradores tentam voltar à vida normal, apesar das marcas deixadas pela enchente ainda estarem por toda a cidade. Várias ruas ainda continuam com os calçamentos destruídos e os destroços do que restaram de algumas casas são marcas visíveis da tragédia. Nem mesmo o prédio da prefeitura da cidade escapou da violência das águas. “ Praticamente todos os documentos da prefeitura foram destruídos. Estamos no aguardo de uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado para reabrir a prefeitura”, relatou a prefeita Rosiana Beltrão. Para amenizar o sofrimento dos que perderam tudo na chuva, a Secretaria de Articulação realizou durante todo o dia de ontem um mutirão na cidade. Cerca de 80 pessoas do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Cruz Vermelha, Sesi, Casal, Ceal, Secretaria Executiva de Saúde e Usina Coruripe prestaram diversos serviços à população, como corte de cabelos, exames ginecológicos, de glicemia e vacinação. Também foi feito um trabalho de limpeza nas ruas, para retirar o barro acumulado por causa da enchente, e nas escolas que serviram de abrigo. Apesar de passado o período mais crítico, a prefeita de Feliz Deserto disse que continua necessitando de doações, principalmente de alimentos e água potável. Os maiores gastos da prefeitura têm sido para garantir a alimentação a 125 famílias que ficaram desabrigadas e estão alojadas em barracas de lona na praça central da cidade, em um clube social e num galpão construído há alguns anos pelo Estado. Além disso, tem sido alto o gasto com medicamentos, já que muitos estão doentes, principalmente os idosos. Inquietação As famílias que perderam tudo vivem o clima de expectativa de quando poderão voltar para suas casas. A dona-de-casa Albeniza Santos da Silva teve a casa, na Rua Getúlio Vargas, completamente destruída. No dia 4 de maio, por volta das 23 horas, ela foi alertada pelo marido que a água estava entrando dentro de casa. Albeniza está alojada numa casa pertencente ao sogro, que também foi parcialmente destruída pela enchente. “Eu não quis ir para o abrigo de lona porque minha mãe está muito doente”, justificou. Para Vandete Cardoso da Silva e os três filhos, o sonho de ganhar uma nova casa parece mais próximo. Ela morava de favor numa casa em um sítio da zona rural de Feliz Deserto, destruída pela enchente do Rio Canduípe. Desde então, ela mora com a família num dos barracos de lona instalado pela prefeitura na praça da cidade. |FAS

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