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Reflorestamento s� com plantas xer�fitas

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ROBERTO VILANOVA Mata Grande - desertificação já atinge a 30% do semi-árido alagoano e uma parte dessa área é irreversível devido à salinização do solo. Para o geólogo José Santino de Assis, professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da Universidade Federal de Alagoas ? Ufal - o reflorestamento só terá resultado positivo se for feito com plantas xerófitas (cactos nativos). Essas plantas possuem mecanismos de defesa desenvolvidos a partir das condições da região onde sobrevivem. As plantas xerófitas possuem espinhos para se proteger dos predadores que dificultam a subsistência durante o período de estiagem; e perdem as folhas durante a seca para economizar nutrientes ? portanto, são as únicas espécies que resistem no semi-árido. Avançando A Ufal mantém uma sementeira com plantas nativas, no Campus Avançado de Xingó, e distribui as mudas com as comunidades interessadas em fazer o reflorestamento da região do Vale do São Francisco, que vai além das cidades ribeirinhas, ou seja, engloba Água Branca, Pariconha e Mata Grande. Mas o professor Santino realiza as pesquisas no semi-árido alagoano de forma independente há mais de cinco anos. Nesse período, ele testemunhou a degradação e o avanço do deserto do Raso da Catarina. ?O deserto está avançando na direção de Alagoas e Pernambuco. É como se a área de influência do Raso da Catarina descrevesse um arco atingindo a margem oposta do São Francisco, isto é, terras alagoanas e pernambucanas?, ensinou o professor. O Raso da Catarina é o único deserto brasileiro, ocupa uma área de cinco mil quilômetros quadrados no oeste da Bahia, mas está avançando à proporção de cinco quilômetros por ano na direção norte (divisa de Alagoas e Pernambuco). Por isso, o primeiro sinal da desertificação na margem esquerda do rio foi detectado em Petrolândia; o segundo, na divisa de Mata Grande com Inajá, comprometendo, inclusive, o trecho piçarrado da BR-316. O avanço do deserto pode ser barrado se forem adotadas providências urgentes, como a recobertura do solo devastado, mas o professor alertou que a degradação é irreversível em alguns trechos. Também tem a questão educacional e de sobrevivência familiar, o que contribui para a ação predadora do homem. Plantas xerófitas A procura por plantas nativas cresceu nas sementeiras públicas em Alagoas e Pernambuco ? mantidas pelas universidades federais dos dois Estados ? mas a devastação do semi-árido alagoano atingiu grau tão elevado, que o estoque de mudas do faveleiro, por exemplo, só foi possível porque o professor José Theodomiro, presidente do Comitê da Bacia do São Francisco, trouxe sementes do sertão do Piauí. Macambira, pereiro, coroa-de-frade, unha-de-gato, faveleiro, xique-xique, mandacaru e alastrado são algumas das plantas xerófitas ? nativas da caatinga. O umbuzeiro, o juazeiro, a palma e a baraúna são plantas xerófilas ? se adaptaram à caatinga.

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