Cidades
Obra em Ipioca tira vista para o mar

FÁTIMA ALMEIDA Repórter Uma construção na encosta, em frente ao Mirante Floriano Peixoto, em Ipioca, vai tirar o que o bairro tem de mais atrativo para os turistas: a bela vista para o mar. A obra está avançada e, se continuar, em breve a vista do mirante será um privilégio privativo dos donos da construção. É um absurdo essa obra. Lá embaixo [na rodovia AL 101-Norte] tem uma placa indicando o mirante como atrativo. Essa construção vai acabar com isso, comentava um casal de turistas, aproveitando para registrar a paisagem em fotografia, enquanto ela ainda está à vista. Essa obra não pode continuar. A Prefeitura tem que fazer alguma coisa, reclama o vice-presidente da Associação dos Moradores de Ipioca, Márcio Máximo. Na obra não existe nenhuma placa indicativa de licença para a construção, nem identificação de engenheiro responsável. Um operário que estava trabalhando no local, confirmou a evidência mostrada pela estrutura e pelos vergalhões que sobressaem a laje de cobertura do primeiro piso: a construção terá um primeiro andar, o que fechará totalmente o ângulo de visão. Na Superintendência Municipal de Controle do Convívio Urbano (SMCCU), a construção está identificada num processo de embargo, como pertencente a Maria Amélia dos Santos. A construção no Mirante de Ipioca não tem alvará da Prefeitura, é irregular, já foi embargada e deverá ser demolida, diz o engenheiro da SMCCU, Carlos José, responsável pela região. Segundo ele, a obra não começou agora e os procedimentos técnicos para evitar que ela continue foram adotados. O engenheiro cita todos os processos instaurados na SMCCU, desde que a construção estava apenas na base e não sabe explicar por que ainda não foi demolida. Ela está embargada desde maio de 2004 quando foi iniciada. O processo 015831-05, recomenda a demolição. Existe também uma representação, número 0183-05, que pede a demolição de um barraco de alvenaria ao lado de onde está sendo erguida a nova construção. Nosso trabalho termina aí. Existe uma hierarquia no órgão, e não nos cabe a ordem de execução da demolição, esclareceu o engenheiro. O superintendente Ednaldo Marques encontrava-se participando de um evento, ontem pela manhã, mas o assessor do gabinete, Vitor Franklin, confirmou a existência dos processos e explicou que eles foram instaurados na gestão passada e que continham alguns erros, por isso a tramitação atrasou. Mas afirmou que os procedimentos já estão na procuradoria da SMCCU, para emitir parecer sobre a demolição.