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Fi�is fazem homenagem a Padre C�cero

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FÁTIMA ALMEIDA IVAN NUNES Repórteres A Associação dos Folguedos Populares reuniu romeiros famosos, ontem, no Museu Théo Brandão, para uma cantata em homenagem aos 71 anos de morte de Padre Cícero, o milagreiro nordestino. O começo foi meio tímido. Diferente do ambiente das romarias, onde a imagem de Padre Cícero divide espaço com a de Jesus Cristo e expressões do catolicismo, os romeiros estranharam o ambiente do museu, onde o sincretismo religioso mistura as mais diversas expressões. “Aqui não é um ambiente de culto. É um museu, com peças de exposição do nosso folclore, que traduz a expressão popular, incluindo as que simbolizam a religiosidade e sua diversidade”, justificou o folclorista Ranilson França, que coordenou o evento. Ele destacou que todas as quartas-feiras acontece a reunião ordinária da Associação dos Folguedos e como ontem coincidiu com o aniversário de morte do “santo nordestino”, eles resolveram promover a cantata com os romeiros de Padre Cícero e os hinos que animam suas romarias. Ranilson lembrou que alguns benditos acabaram sendo integrados a manifestações folclóricas como o Guerreiro e a Chegança, pelas mãos de mestres da cultura popular, que, antes de tudo, são devotos de Padre Cícero. Devotos como o Mestre Venâncio, que aos 81 anos, ainda comanda o guerreiro Mensageiros de Padre Cícero. “Eu estou aqui porque sou um profissional da cultura e, como romeiro, tinha que participar dessa homenagem a meu padim”, disse ele. Mestre Venâncio já fez mais de 20 viagens ao Juazeiro, muitas delas, de caminhão. Aprendeu a devoção com sua mãe Antônia Maria de Araújo, que segundo ele, viajou a pé diversas vezes, para pagar penitência no Juazeiro, enfrentando mais de 15 dias de viagem. Maria Flor, da Chã da Jaqueira, saudada por Ranilson como a “rainha do guerreiro”, e a mestra Maria Vitória da Silva, também acumulam experiências de folguedos populares e do culto ao Padre Cícero. Ela já foi mais de dez vezes ao Juazeiro, sempre pagar promessa por graças alcançadas por meio. “Tudo eu me pego com Padre Cícero e ele sempre me salva. Já escapei de morrer afogada porque meu padim me valeu”, conta Vitória. A romeira Ana Ferreira, 78 anos, ainda tem disposição de viajar para o Juazeiro e pagar penitência. Já subiu várias vezes, a pé, a ladeira do Horto, e entrou na Igreja de Nossa Senhora das Dores, padroeira do Juazeiro, ajoelhada, da calçada até o altar. Ana é devota desde criança e assegura que já escapou da morte por graça de Padre Cícero. “Caí num buraco de óleo, num posto de gasolina. Quase me afoguei. Chamei por meu padrinho Cícero e ele mandou dois rapazes para me salvar. Era um caso de morte”, diz ela, com ar de quem acredita ter vivido um milagre. Tradição Na zona da mata alagoana, a comunidade católica manteve a tradição de reverenciar Padre Cícero. O religioso foi lembrado por centenas de fiéis em União dos Palmares com a celebração de uma missa na praça que leva o seu nome. Nem mesmo a chuva que caiu na cidade afastou os devotos. Em Santana do Mundaú foi realizada uma missa campal na tarde de ontem. Uma estátua de mais de 20 metros colocada há mais de 20 anos no alto de uma das serras da cidade foi visitada por centenas de devotos do Padre Cícero. “O povo acredita nos milagres de Padre Cícero que nos abençoa, vejo isso como uma coisa bonita no povo, nessa crença forte dos nordestinos”, diz Padre Irmael, das paróquias de União dos Palmares e Santana do Mundaú.

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