Cidades
Conselho tenta resgatar PAM Salgadinho

| FÁTIMA ALMEIDA Repórter O aposentado Adalberto de Oliveira chegou ontem pela manhã na farmácia do PAM Salgadinho com uma receita nas mãos. Precisava de quatro remédios receitados por um médico do Sistema Único de Saúde, entre eles sulfato ferroso e Mebendazol. Voltou de mãos vazias. Eles disseram que não têm nenhum e nem falaram se vai chegar. Mandaram eu comprar, disse ele, desanimado. Esse é um dos principais desafios que o novo Conselho Gestor do PAM, empossado ontem, vai enfrentar. Considerado o segundo maior posto avançado do país (segundo informação da Secretaria Executiva de Saúde), e com um amplo leque de atendimento em atenção básica e exames de alta complexidade, o PAM Salgadinho se transformou, também, ao longo dos anos, numa das principais vitrines dos problemas da saúde pública do Estado, simbolizados, principalmente, nas filas de atendimento e na falta de medicamentos. Constituído em 50%, pelos usuários; 25% pelos funcionários e 25% pela diretoria do posto, o Conselho Gestor será um instrumento deliberativo sobre ações e encaminhamentos. As decisões terão a participação de quem vive o Sistema Único de Saúde, que são os usuários e os trabalhadores da área, explicou o diretor do PAM, Vanilo Soares da Silva, membro do Conselho. A sua reativação, na avaliação da representante dos usuários, Niedja Santos, significa um compromisso com as demandas dos usuários do posto. As mudanças do SUS só alcançarão seus objetivos com participação da sociedade e com a compreensão de todos de que seus direitos estão sendo assegurados na prática, destacou ela. A primeira reunião do Conselho Gestor ainda não foi marcada, mas algumas questões já são apontadas como preocupações, entre elas a segurança interna e externa e o armazenamento de lixo contaminado. Alguns serviços, segundo a diretoria do posto, já foram reativados, entre eles a acupuntura e o centro cirúrgico. Outros estão no planejamento a curto e médio prazos, como a criação de uma comissão de ética, a implantação do centro de processamento de dados e os laboratórios de homeopatia e fitoterapia. Segundo o secretário municipal de Saúde, João Macário, o Conselho Gestor do PAM Salgadinho é o 12º a tomar posse. Outros 12 serão empossados no próximo mês. O próximo passo, segundo ele, será a capacitação de 160 conselheiros para que exerçam bem seu papel. O problema da falta de medicamentos, na avaliação de Macário, é crucial, mas vamos resolver, assegura. Segundo ele, já foram investidos cerca de R$ 13 milhões em remédios, nos últimos seis meses, mas continua faltando.