Cidades
Demiss�o de merendeiras afeta creche

| REGINA CARVALHO Repórter O afastamento de bolsistas pela Prefeitura de Maceió provocou a suspensão de parte do atendimento a crianças de dois e três anos de idade, na creche Brênio Agra, no Benedito Bentes I. Os funcionários atuavam como auxiliares de cozinha e em salas de aula. Eles ajudavam a cuidar das 54 crianças, distribuídas em três turmas, que ficavam durante todo o dia na creche. Sem o apoio desses funcionários, a direção resolveu suspender parte do atendimento. Essas crianças entram às 7 da manhã e saem somente às 18 horas da creche. Sem os bolsistas não temos como cuidar delas, reconheceu a diretora Betânia Oliveira. Sem a creche, as mães não têm onde deixar os filhos, local onde muitos deles têm a melhor refeição do dia. Elas têm ligado para saber se podem mandar seus filhos. Fico com muita pena delas, ressaltou a diretora da creche. Para continuar atendendo pelo menos uma parte das crianças, a direção da creche resolveu promover o remanejamento de funcionários. O afastamento foi determinado pela Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) e atingiu 120 bolsistas que trabalhavam em creches e escolas municipais. O presidente da Central Geral dos Trabalhadores em Alagoas (CGT), Valter Policarpo da Silva, declarou que pretende recorrer da decisão. Foram demitidas pessoas com mais de 14 anos de serviço. Vamos buscar o direito delas na justiça, ressaltou. Os bolsistas só souberam que seriam desligados das funções no último sábado, quando foram retirar os salários do mês trabalhado e viram que o dinheiro não havia sido depositado pela prefeitura. Eles tomaram um susto e resolveram consultar seus superiores, foi somente aí que tiveram a informação de que foram demitidos. O mais ingrato é que eles não foram sequer avisados, reforçou Valter Policarpo. Dos bolsistas demitidos, cerca de 70 atuavam como merendeiras e faxineiras em creches e escolas. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação (Semed) confirmou que a demissão foi determinada pela Procuradoria do Trabalho. O afastamento foi uma exigência legal. Essas pessoas estavam trabalhando há vários anos irregularmente, disse o assessor Helder Bayma. Sobre o não pagamento dos salários aos funcionários afastados, o assessor da Semed declarou que a prefeitura vai reparar o problema. Isso vai ser corrigido. Esses salários sairão em folha suplementar, disse Helder Bayma. Ele acrescentou ainda que a Semed está estudando uma alternativa com embasamento legal para manter os funcionários trabalhando na prefeitura. O secretário [Régis Cavalcante] vai estudar, juntamente com a Secretaria de Planejamento, uma forma de mantê-los na secretaria, acrescentou Bayma. Funcionários da Semed admitiram que a situação nas creches e escolas fica complicada sem os bolsistas. Reconhecemos o problema e estamos trabalhando para que haja concurso público que ofereça entre 700 a 800 vagas de modo a suprir a carência, disse o assessor.