Cidades
Protesto fecha tr�fego na AL-101 Norte

| FERNANDO VINÍCIUS Repórter O tráfego na AL-101 Norte foi interrompido ontem pela manhã em Maragogi, a 121 km de Maceió. Promovida por moradores da comunidade Corre Água, localizada na Vila Barra Grande, a interdição foi mantida por cerca de cinco horas. Eles reivindicam a instalação de um quebra-mola para evitar os constantes acidentes. Ontem completou um mês da última manifestação no mesmo local, quando foi prometida a construção do quebra-mola, segundo os moradores. O protesto começou às 6 horas, com troncos de árvores e pneus colocados sobre a rodovia. Liderados por mulheres, os manifestantes invadiram a pista e só permitiram a passagem de ambulâncias e carros transportando doentes. Um dos motivos informados para a ocorrência de acidentes é a necessidade de atravessar a pista com freqüência. As casas não têm água encanada e apenas uma cacimba serve como fonte para cerca de 500 pessoas que vivem em condições precárias. A pista só foi liberada por volta das 11 horas, quando o prefeito de Maragogi, Marcos Madeira (PTB), chegou ao local. Ele pediu que formassem uma comissão para discutir o assunto na prefeitura. Sugestão aceita, moradores, representantes do DER-AL, policiais do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária seguiram para a reunião. Por telefone, Madeira expôs a situação ao coordenador estadual da região norte, Marcos Melo, ressaltando o envio de ofício ao governo sobre a instalação do quebra-mola até o dia 19. Até o final do prazo, uma viatura fiscalizará o trânsito, garantiu Miguel Henrique Costa, chefe de Operação de Trânsito do DER-AL. Outro protesto fechou a rodovia AL-101 Norte em São Luís do Quitunde, entre 11 e 13 horas. O motivo foi o atropelamento de uma criança de 9 anos. O condutor do carro prestou socorro à vítima, que sofreu escoriações e foi atendida na unidade local de emergência. Quem estava viajando pela rodovia teve que esperar o fim do protesto ou voltar até São Luís do Quitunde e seguir em direção a Flexeiras para alcançar a BR-101. Como a maré estava baixa, fazer o desvio pela praia foi uma alternativa para evitar o protesto, apesar das dificuldades para voltar à pista. Carros atolavam com facilidade e era preciso ajuda para seguir o percurso. O produtor de sementes Ernani Pereira seguia para João Pessoa-PB com a esposa. Conciliando trabalho e lazer, foi curtir um passeio às piscinas naturais de Maragogi enquanto a manifestação não terminava. Já o engenheiro civil José Augusto de Melo aguardava com ansiedade. Com reunião de trabalho em Recife, tinha que voltar para Maceió ainda ontem. Como faz o percurso regularmente e sabe que os protestos ocorrem com freqüência por conta dos sem-terra na região, deixou de viajar às segundas-feiras, dia em que costumam acontecer as manifestações. Sua estratégia não funcionou ontem.