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Grupo americano tem parceria com megahotel no Litoral Sul

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NIVIANE RODRIGUES Repórter Marechal Deodoro - Os coqueirais e a vegetação nativa do litoral escondem o que durante quase duas décadas foi considerado um verdadeiro mistério. Da pista, a AL-101 Sul, na Praia do Francês, é possível avistar a construção de um dos mais ousados empreendimentos hoteleiros de Alagoas, o Hotel Mundaú, um resort cujas obras tiveram início na década de 90, mas que até hoje não entrou em operação. Da família Sarney, a Quércia e Maluf, muitos foram os políticos tidos como “donos” do hotel que agora se prepara para começar a operar com bandeira internacional. A negociação vem sendo encaminhada pelo proprietário, o empresário do ramo de indústria química Antônio Araújo com a rede hoteleira Ramada, de bandeira americana. A expectativa é de que até o próximo ano o hotel abra suas portas para o turismo nacional e mundial. BOATO NASCE COM AMIZADE Mas, e o que levou muitos a acreditarem durante todos esses anos que o empreendimento pertencia à família Sarney? Segundo Antônio Araújo, com quem a Gazeta conversou esta semana, simplesmente o fato de ele ter viajado ao Maranhão, onde morou a trabalho e conheceu a família do político. Da amizade, resultou uma visita dos Sarney a Maceió justamente na época em que o hotel estava sendo construído, o que provocou as especulações. Hoje, Antônio Araújo, um baiano que aos dois anos “aportou” em Alagoas, vindo com os pais, mostra papéis que comprovam que o hotel pertence aos seus três filhos e só não entrou em operação graças a mudanças na política de financiamento. O dinheiro para construir o hotel foi obtido junto ao extinto Banco do Estado de Alagoas (Produban) e à Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O empresário diz não saber precisar quanto foi gasto, mas revela que modificações na sistemática do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) prejudicaram a conclusão da obra. “Paguei o financiamento à Sudene mas fiquei durante esses anos tentando saldar o débito com o Produban, o que só consegui agora”, diz. Com a dívida liquidada, ele luta para garantir um novo financiamento que permitirá a conclusão da obra. “Desde que a obra foi paralisada, iniciamos contatos com grandes operadoras internacionais. Em 1998, a Ramada assinou um protocolo de intenções conosco, mas a negociação não foi concluída por conta da burocracia para saldarmos o débito com o Produban”, revela Antônio Araújo. ### Grupo americano confirma parceria e contrato com hotel Marechal Deodoro - O empresário Antônio Araújo revela que, enquanto as tentativas com as negociações com a rede internacional Ramada continuavam, o grupo enviou a Alagoas o consultor Collin Evan, que fez um estudo minucioso e concluiu pela viabilidade do investimento. “Agora, com o débito saldado junto ao Produban, estamos buscando, com o apoio da própria Ramada, um novo financiamento para concluirmos a obra e entregá-la nos padrões internacionais exigidos pelo grupo”, afirma Antônio Araújo. A boa nova para Alagoas é confirmada pelo diretor de Desenvolvimento do Grupo Ramada no Brasil, Flavius Ferrari. “O Ramada tem todo interesse em investir no Hotel Mundaú, por isso vamos fazer um esforço junto aos agentes financeiros para que o empresário Antônio Araújo consiga os recursos que precisa para concluir a obra”, revela Flavius Ferrari. VIABILIDADE COMPROVADA Ele diz que o estudo realizado pela Ramada comprova a viabilidade do investimento e considera a área onde o hotel está localizado própria para o negócio. “Se tudo der certo, o hotel começa a operar no próximo ano”, garante Flavius Ferrari. Alagoas será o segundo Estado no País a dispor de um hotel internacional com bandeira da Ramada. O primeiro, segundo o diretor Flavius Ferrari, deve ser São Paulo, com quem a operadora está fechando negócio. O contrato de operação com a bandeira americana, que conta com 1.160 hotéis em operação em 42 países, será de dez anos, podendo ser renovado por mais dez e a previsão de taxa de ocupação mínima é de 70% durante todo o ano. A estimativa do empresário Antônio Araújo é de que serão necessários mais R$ 12 milhões para concluir a obra e adaptá-la às exigências feitas pela rede. Com 27 hectares e 41 mil m2 de área construída, o Hotel Mundaú está localizado na Praia do Francês, a 17km de Maceió, numa área selvagem e ainda não explorada pelo turismo. O resort possui 200 apartamentos, minishopping, dois restaurantes, três bares, duas piscinas, uma hidromassagem, dez quadras de tênis, sendo uma coberta para competições, academia, clube da criança, 20 cabanas, salão de jogos e área para esportes náuticos. Quando estiver em operação, o hotel deverá gerar 270 empregos diretos e passará a se chamar Ramada Maceió Hotel & Resort. Sonho de desenvolvimento A construção do Hotel Mundaú na Praia do Francês foi, durante anos, um sonho de desenvolvimento do turismo para o município de Marechal Deodoro. Mas, enquanto o hotel não entra em operação, a Secretaria de Turismo do município busca alternativas para alavancar o setor. Isso porque, apesar de ser considerada uma das mais belas praias do Estado e de atrair turistas de várias partes do País e até do mundo, o Francês tem sido alvo de reclamações dos visitantes no quesito infra-estrutura. “Estamos investindo na infra-estrutura do Francês, na iluminação e limpeza”, diz a secretária Betânia Barros, que aposta ainda na divulgação da praia como roteiro turístico. “Fechamos uma parceria com uma agência de turismo e estamos realizando um trabalho de folheteria, divulgando a praia para o Brasil e o mundo”, ressalta a secretária. Outro investimento é a qualificação profissional de garçons e camareiras dos hotéis e 22 pousadas instaladas na praia. NR ### Portugueses investem em resort no litoral O secretário de Desenvolvimento Econômico de Alagoas, Arnóbio Cavalcante, anuncia a instalação de mais um resort no Estado. O empreendimento está em fase de construção no município de Maragogi, no litoral norte de Alagoas, pelo grupo Conlux, de Portugal. O resort terá 240 leitos. “Este é um dos sete grandes empreendimentos que estão sendo investidos em Alagoas e faz parte do chamado plano de negócios para desenvolver a economia do Estado”, afirma Arnóbio Cavalcante, citando ainda a construção do Aeroporto Internacional e o polêmico Projeto Onda Azul, que ele considera a redenção do turismo estadual. “A conclusão das obras do Hotel Mundaú, no Francês, e a operação com bandeira americana é uma prova de que o turismo em Alagoas está ganhando novos rumos e investimentos”, diz o secretário, para quem a demora na execução dessas grandes obras “é um processo absolutamente normal ”. Ele cita o caso do Onda Azul, um projeto audacioso e que se arrasta há cerca de cinco anos. “São projetos demorados pela própria grandiosidade. No caso do Onda Azul, por exemplo, somente ao Ibama enviamos 32 ações mitigadoras, ou seja, de controle da qualidade ambiental, além de todo o trâmite junto ao IMA”, ressalta Arnóbio Cavalcante. |NR ### Hotéis têm taxa de 68% de ocupação Otimismo é palavra de ordem na Secretaria de Turismo de Alagoas em relação ao setor hoteleiro. Isso porque, segundo dados da secretaria, houve um aumento considerável na taxa de ocupação nos hotéis de duas a cinco estrelas em Maceió este ano. Em 2003, de acordo com a diretora de Articulação Nacional, Fernanda Reznik, a ocupação média nos hotéis, entre a alta e baixa temporadas, foi de 54,4%; em 2004, subiu para 61,9% e, em 2005, de janeiro a julho, a taxa ficou em 68%, aproximadamente. “Este é o resultados das ações que vêm sendo implementadas em conjunto com o município, trade turístico, Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, o Maceió Convention Bureau e a Secretaria de Comunicação do Estado”, afirma Fernanda Reznik. Entre as ações ela cita a participação em feiras internacionais para divulgar Alagoas como destino turístico, projetos institucionais a exemplo do Alagoas de Corpo e Alma e investimentos em infra-estrutura; construção do aeroporto internacional; do centro de convenções e captação do turismo de negócios para garantir a ocupação hoteleira na baixa temporada. “Além disso, nossa participação sistemática nas feiras em Portugal garantiu a vinda semanal de vôos charters com turistas portugueses a Maceió. Alagoas também virou roteiro para os argentinos”, ressalta Fernanda Reznik. Descaso público Mas, se o otimismo anda a todo vapor na Secretaria de Turismo de Alagoas, para o trade a situação não é tão positiva como parece. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Estado e do Maceió Convention e Bureau, Márcio Coelho, considera que há um “descaso público” muito grande em relação a algumas regiões com vocação natural para o turismo, como a Praia de Cruz das Almas. “É preciso incentivar a implantação de novos negócios nessa região, no entanto, para isso é preciso acabar com as línguas negras que ainda poluem as praias e é tudo que o turista não deseja ver”, afirma Márcio Coelho para quem “outro complicador é a falta de interligação entre a orla de Jatiúca e Cruz das Almas”. O empresário reclama, ainda, do atraso no repasse de verbas por parte da Secretaria de Turismo do Estado para a ABIH e Maceió Convention, valores descontados pela secretaria dos hoteéis por intermédio da taxa de turismo e que obrigatoriamente deveriam ser divididos entre as instituições. Segundo ele, a dotação orçamentária mensal para as duas instituições deveria ser de R$ 120 mil, mas tudo o que o Estado repassa hoje são R$ 15 mil, no máximo R$ 20 mil. “Como podemos investir em divulgação se 30 mil folhetos, por exemplo, custam em média R$ 20 mil?”, questiona Márcio Coelho, que se prepara para iniciar, em setembro, ações nos países do Mercosul visando à alta temporada deste ano.

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