Escolas fazem a festa da Emancipa��o

MARCOS RODRIGUES Repóter O feriadão da Emancipação Política de Alagoas foi marcado por praias e bares cheios e um colorido desfile estudantil na orla da Pajuçara. Nem a dificuldade da PM e dos promotores do desfilepara conter o avanço do público tirou o ânimo de quem escolheu ir à praia saudar as escolas que homenagearam a independência política do Estado, ocorrida há 188 anos. Em frente ao palanque das autoridades, o número de pessoas, em alguns momentos, chegou a atrapalhar o trabalho do locutor oficial do evento. O desfile reuniu mais de 40 escolas, que foram distribuídas por regiões administrativas. Não faltaram as tradicionais fanfarras com as balizas e seus passos ensaiados. Este ano, a homenageada pelos estudantes foi a médica pisiquiatra Nise da Silveira. Uma evolução durante o desfile fez alusão ao trabalho da médica alagoana que revolucionou o tratamento dos doentes mentais. Durante a apresentação, os estudantes simbolizaram com grades a forma como os pacientes eram tratatados antes dos métodos de Nise, que defendia o uso da arte em substituição aos maus-tratos e ao eletrochoque. SiGnificado Entre os participantes do desfile, o significado da data ainda causou alguma confusão. Para a estudante Aline Cristina Santos, a emancipação tem a ver com a Independência do País, comemorada no último dia 7. “Do mesmo jeito que o Brasil ficou independente, Alagoas também conquistou isso”, disse a estudante. Ao lado dela, um colega da escola discordou: “Não tem nada a ver com a independência. Hoje se comemora apenas nosso rompimento político com Pernanbuco e o nascimento do Estado de Alagoas”, definiu Augusto Luciano Rocha. Civismo Se entre os estudantes as comemorações causavam discussão, entre o público o significado da festa era dividido em família. O aposentado Elias Lima lembrou que o alagoano tem que prestigiar as datas comemorativas. “Temos que prestigiar porque isso aqui diz respeito a nossa história”, observou Elias, acompanhado da mulher e de dois netos. Os turistas que visitam a capital, hospedados nos hotéis da orla, também acompanharam as homenagens e gostaram de saber um pouco mais sobre Alagoas. “Estamos aqui por coincidência, mas é importante sabermos como se deu a emancipação do Estado”, disse a paulista Maristela Trindade. Outro detalhe que chamou a atenção dos visitantes foi o caráter inclusivo do desfile. “Achei interessante a presença dos deficientes físicos e visuais”, destacou a estudante catarinense Cristina Klain. ### Feriadão lota praias da orla de Maceió A maioria das pessoas aproveitou o feriadão para curtir a praia. Mesmo na Pajuçara, onde ocorreu o desfile da emancipação, a areia estava lotada por banhistas que chegaram cedo para aproveitar o dia de sol. O rodoviário Gedson Amorim saiu do bairro do Clima Bom com a esposa, Sirlene Maria dos Santos, para aproveitar a praia e acompanhar parte do desfile. “Foi ótimo ter vindo para cá com minha família. Esse foi o nosso lazer”, comentou. A esposa dele não escondia a satisfação de ter aproveitado o dia com a família. “É muito raro isso acontecer por causa dos horários de trabalho dele”, disse Sirlene, ao lado da filha, Sirlaine. Trabalho Se para alguns o feriadão foi uma festa, para os ambulantes o dia foi de faturamento. Segundo o vendedor de pastel Aílson Soares o dia foi produtivo. “Cheguei aqui ao meio-dia e já consegui vender bastante”, revelou, antes do início do desfile. Mas a combinação álcool e praia acabou criando uma situação curiosa na Jatiúca. Um grupo de bombeiros, com a ajuda de um jet ski, tentava resgatar quatro homens, que foram levados que numa bóia para o alto-mar. Segundo o sargento Aníbal, os rapazes desrespeitaram uma regra básica: “Em áreas de mar agitado, com ondas, nunca se deve confiar em bóias, porque elas são arrastadas pela correnteza”, explicou o militar.|MR