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Despejados vivem drama em galp�o

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| CARLA SERQUEIRA Repórter Os escombros ainda estão amontoados no local. As 13 casas que restaram ficaram sem água e energia. Das 146 famílias que foram expulsas do conjunto Jardim Petrópolis II, no Tabuleiro do Martins, no final do mês passado, cerca de 40 ainda permanecem no galpão cedido pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), na Cambona; mas, segundo os “sem-teto”, sem nenhuma condição de convívio. Eles foram despejados do conjunto, sob ordem judicial, no dia 30 de agosto. Treze famílias foram poupadas, por estarem cadastradas na prefeitura. A área é de responsabilidade da Companhia Energética de Alagoas (Ceal). Fios de alta-tensão e um gasoduto estão instalados no local, significando perigo iminente. A maior parte das famílias morava na Grota Santa Helena, no Jacintinho, e foi para o Tabuleiro porque suas casas foram destruídas pela chuva, em junho do ano passado. A Gazeta voltou ao conjunto ontem. Ao ver o carro da reportagem, os moradores das poucas casas que não foram destruídas se aproximaram ávidos por informações. Desde que o prefeito Cícero Almeida os visitou, prometendo casas, no último dia 2, nenhuma resposta foi dada à população. “Estamos ansiosos. Muita gente não vai nem trabalhar com medo que venham derrubar a casa”, contou Maria Quitéria Calheiros, 48 anos. “Depois da destruição, sofri um derrame e não consigo mais arranjar emprego”, diz ela, que trabalhava como faxineira. Na Cambona, a situação é crítica. “Na água já foi encontrado até tapuru. Tem gente com diarréia. Para fazer as necessidades, usamos sacos plásticos porque os dois banheiros estão entupidos”, revela Francisca Nilce Alves de Menezes, 31 anos e mãe de oito filhos. O adolescente Thiago de Lima Santos, 15, reclama da falta de aula. “Desde que saí do Jardim Petrópolis estou sem ir à escola. Não tenho dinheiro para a passagem e não posso perder o ano”, explica. Ele divide um quarto feito de tapume com a prima Natácia Kaline Nascimento, 19 anos, mãe de 3 filhos, sendo o mais novo de 4 meses. “Ninguém está mais agüentando isso aqui”, diz ela, “de noite ninguém dorme. Estou há dias passando mal, com diarréia. Nem água posso tomar porque está poluída”. O prefeito Cícero Almeida disse que as secretarias de Habitação e de Assistência Social estão trabalhando para resolver o problema. “No próximo dia 3, o governador vai assinar um acordo com a prefeitura, se disponibilizando a doar áreas do Estado para a construção de casas”, afirma. Ele diz que nenhuma reclamação dos “sem-teto” instalados no galpão da Semed chegou até a prefeitura. Sobre as famílias que permaneceram no conjunto Jardim Petrópolis II, o prefeito informou que a Justiça deu um prazo de quinze dias “e o prazo”, afirma Almeida, “ainda está em curso. Nós vamos resolver tudo, respeitando os acordos firmados com a Justiça”, garante ele.

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