Alagoano est� consciente da miscigena��o
Dados do Censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que houve um aumento no número de pessoas que se declaram de cor negra, ao contrário da população de cor branca e parda que, de acordo com o levantamento a
Por | Edição do dia 10/05/2002 - Matéria atualizada em 10/05/2002 às 00h00
Dados do Censo 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que houve um aumento no número de pessoas que se declaram de cor negra, ao contrário da população de cor branca e parda que, de acordo com o levantamento anterior feito pelo órgão em 1991, sofreu uma redução. Em 1991, apenas 3,45% dos habitantes do Estado eram negros. E em 2000 esse segmento populacional estava em 4%. Para o diretor do Núcleo de Estudos Afro Brasileiro (Neab), professor Moisés de Melo Santana, os dados refletem uma maior conscientização das pessoas em se afirmarem como negras. A população está mais segura para ratificar suas raízes étnicas. Antigamente algumas pessoas de pele negra se auto- intitulavam morenas, hoje em dia não mais se envergonham das verdadeiras origens. Afinal, o Brasil é um País miscigenado. O representante do Neab aponta o surgimento das políticas sociais dirigidas aos negros como um dos motivos para a sua auto-afirmação. Para ele, com a política de ações afirmativas que beneficiam os afrodescendentes, fica mais provável conquistar os direitos dessa fatia da população brasileira. Comparando-se os resultados dos Censos de 1991 e 2000, os técnicos do IBGE observaram que o aumento da população negra não ocorreu somente em Alagoas, mas em todo o País. As estatísticas mostram 5% em 1991 contra 6,2%, em 2000.