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Nº 5759
Cidades

Sindicalista: censo comprova exclus�o social

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que o projeto neoliberal do presidente Fernando Henrique Cardoso é concentrador de renda e excludente, responsável hoje por 53 milhões de brasileiros excluídos do

Por | Edição do dia 10/05/2002 - Matéria atualizada em 10/05/2002 às 00h00

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam que o projeto neoliberal do presidente Fernando Henrique Cardoso é concentrador de renda e excludente, responsável hoje por 53 milhões de brasileiros excluídos do processo social, segundo avalia o presidente da CUT em Alagoas, Évio Lima. “É quase um terço da população brasileira excluída e os dados oficiais comprovam que, nos últimos cinco anos, o trabalhador perdeu 10% de sua renda”, afirma Évio Lima. De acordo com as suas informações, há cinco anos a renda do trabalhador no Brasil era equivalente a 44% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Hoje corresponde a 35% do PIB. Dados divulgados pelo Banco Central mostram, porém, que em 2001 os banqueiros tiveram um lucro médio de 108% a mais que o registrado no ano 2000. “Os dados não são da CUT e, sim, oficiais e por isso incontestáveis. No Brasil, a cada dia os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Essa diferença é responsável pelo surgimento de movimentos sociais como Sem-Terra e Sem- Teto”, observa Évio Lima, alertando para os riscos de uma convulsão social similar à Argentina, que também adota o projeto neoliberal. Évio Lima cita um relatório da Organização das Nações Unidas, ao qual, em meados dos anos 60, os 20% mais ricos entre a população mundial detinham uma renda 36 vezes maior que os 20% mais pobres. Ao final dos anos 90, os 20% mais ricos já tinham uma renda 78 vezes maior que os 20% mais pobres. “Em três décadas, houve uma concentração de renda acima do dobro e esses dados são válidos para qualquer País, piorando o quadro social. Prejuízos Ele chama a atenção para os prejuízos decorrentes das privações, inclusive agora com denúncias de ocorrências de propinas no processo de venda da Companhia Vale do Rio Doce; o desmonte do serviço público; retirada dos direitos trabalhistas; aumento do desemprego e a concentração de renda, decorrente do projeto econômico de FHC. Mais da metade dos brasileiros ganhava, no máximo, dois salários mínimos em 2000, na época R$ 302. Na ponta da pirâmide de rendimentos estavam 7,7% das pessoas, que recebiam, naquele ano, mais de R$ 1.510 por mês. A média brasileira esconde, no entanto, uma grande disparidade entre as regiões. O número de pessoas com salários mais baixos aumenta nos Estados do Norte e Nordeste e diminui nos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Os Estados com a menor proporção de pessoas ganhando até dois salários mínimos estão no Sudeste. Na região, 42% da população com rendimento e ocupada - ou seja, que tem algum tipo de trabalho - recebia até dois salários mínimos por mês. É também na Re-gião Sudeste onde vive a maior proporção de pessoas com rendas mais altas. Nos Estados do Sudeste, 9,7% dos ocupados ganhavam mais de R$ 1.510 mensais no ano de 2000. O pior quadro é o do Nordeste. Na região, 73% das pessoas com rendimento e ocupadas ganhavam até R$ 302, ou dois salários mínimos. Nesses Estados, mostram os números do censo, é encontrada a menor proporção de pessoas com renda acima de dez salários mínimos do Brasil. No Nordeste, apenas 4% da população ocupada ganhava, em 2000, mais de R$ 1.510.

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