loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
quarta-feira, 26/03/2025 | Ano | Nº 5931
Maceió, AL
29° Tempo
Home > Cidades

Cidades

Transfus�o errada de sangue pode ter matado oficial PM

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

| FÁTIMA ALMEIDA Repórter A família do sargento PM Jedié Aprígio da Silva, 53 anos, que morreu na última quinta-feira, durante uma transfusão de sangue, na Unidade de Emergência Armando Lages, está investigando a hipótese de ele ter sido vítima de um erro na prescrição do tipo sanguíneo. Ele recebeu sangue “A” negativo, mas na sua Carteira de Identidade, o RH é “O” positivo, o que gerou, na família, a suspeita de que ele teria morrido por ter recebido o sangue errado. “Nós estranhamos porque tinha um tipo sanguíneo na Carteira de Identidade, e foi aplicado outro. Há algum erro, ou no documento dele, ou no teste da transfusão”, destacou Weider Oliveira Silva, filho do sargento. Ele disse que a família vai checar em outros documentos e procurar testes de outras três vezes em que Jedié recebeu sangue, em acidentes sofridos anteriormente. “Se o erro está na Carteira de Identidade, é estranho que nunca tenha sido percebido das outras vezes. Não queremos acusar ninguém antes de investigar, mas se houve negligência, vamos tomar as providências”, afirmou Weider. Ele disse, ainda, que a Unidade de Emergência dificultou a liberação do corpo para o IML (já que se tratava de morte clínica), e que a família teve que registrar ocorrência da morte no CIAPC 1, para garantir que fosse realizada a necropsia. Hemorragia digestiva Jedié deu entrada na Unidade de Emergência (UE), na quinta-feira, às 10 horas, com um quadro de hemorragia digestiva grave, conforme prontuário. O óbito ocorreu às 13h30 do mesmo dia, quando ele iniciava a transfusão e a causa mortis indicada na documentação da Unidade de Emergência é a mesma. O Hemocentro de Alagoas (Hemoal), confirmou que foram realizados exames antes da transfusão e depois do óbito, em todos eles a classificação sanguínea deu “A” negativo. Eles acreditam que o erro esteja no documento. “Não é raro detectarmos erro no documento de identidade de doadores do Hemoal, com o fator sanguíneo diferente do resultado dos testes. Mas não há risco de isso provocar a morte de alguém, porque realizamos todos os exames para confirmar o RH do paciente e do doador, antes de liberarmos a bolsa solicitada”, destaca a assistente social Cláudia Falcão. O fato de Jedié nunca ter tido problemas em outras transfusões, segundo ela deve-se à obrigatoriedade da realização dos exames. “E depois, se ele recebeu o tipo “O” positivo, indicado no documento, não teve problema, porque esse RH é doador universal”, explica Cláudia. ### Hemoal e UE descartam erro na coleta De acordo com a biomédica Mary Porto, chefe do setor de dispensação do Hemoal, não há a menor possibilidade de erro, como o que está sendo questionado pela família de Jedié, a não ser que a amostra de sangue do paciente venha errada do hospital, o que não foi o caso, já que duas outras coletas posteriores confirmaram o resultado. Ela explicou que para a liberação da bolsa, primeiro é feita a classificação sanguínea do paciente, depois a reclassificação do sangue do doador (já classificada na coleta). Depois disso é feita a prova cruzada - uma experiência in vitro para saber se há compatibilidade entre o sangue do doador e o do receptor. E só então, o sangue é liberado para a transfusão. No caso de Jedié, como houve questionamento da família, por causa do fator indicado no documento de identidade, o Hemoal pediu uma nova amostra do paciente e realizou novo exame, e ainda um terceiro, após o óbito, com a participação de técnicos do IML e acompanhamento da família, que levou um tubo da amostra para um outro laboratório. Por precaução, o Hemoal guardou a bolsa que começou a ser usada por Jedié, e amostras do sangue coletado do paciente.

Relacionadas