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Aq�icultura vira alternativa para fam�lias alagoanas

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| FERNANDO VINÍCIUS Repórter Maragogi - O Brasil possui 12% da água doce disponível no mundo e 8.500 quilômetros de zona costeira, áreas mais que suficientes para produção de pescado. No entanto, consumimos em média 7 quilos de peixe por ano, quase a metade dos 12 quilos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), organismo da ONU. Estado rico em recursos hídricos, Alagoas concentra cerca de 80% da sua produção em piscicultura no Baixo São Francisco, região que vai da foz do Velho Chico até Paulo Afonso (BA). A expansão do setor, que movimenta cerca de U$ 16 bilhões no mundo junto com atividades pesqueiras tradicionais, foi tema do 1º Encontro de Fomento à Aqüicultura Familiar no Território Norte de Alagoas. Realizado em Maragogi, no último dia 14, segundo pólo de visitação turística do Estado com grande potencial para a aqüicultura, o seminário abordou temas como legislação ambiental, parcerias, projetos e tecnologias empregadas para o desenvolvimento da criação em cativeiro de peixes. O encontro abordou temas como parcerias e tecnologia para o desenvolvimento sustentável. Agricultores de diversos assentamentos da região formavam o maior número de inscritos, demonstrando o interesse da categoria em conhecer as possibilidades direcionadas à criação de peixes em cativeiro. O projeto para cultivo de tilápia consorciado com a criação de galinhas caipiras foi apresentado pelo engenheiro de pesca Valdir Correia. ### Legislação vai regulamentar piscicultura Maragogi - Instrumento indispensável para regulamentar e fiscalizar empreendimentos que causem impacto ao meio ambiente, a legislação ambiental estadual deve ser encaminhada à Assembléia Legislativa em breve. A informação foi divulgada durante o seminário pelo chefe do escritório da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap), órgão da Presidência da República, Paulo Nunes Calaça. “O projeto de lei está sendo elaborado pelo setor jurídico do Sebrae e tem previsão para ser concluído nos próximos 30 dias”, informou o ex-deputado. Negociações preliminares convenceram a direção do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) de repassar a responsabilidade de conceder licenciamento ambiental para o Conselho Estadual de Proteção Ambiental (Cepram), mediante parecer técnico do Instituto de Meio Ambiente (IMA). Além de conceder a licença, o Cepram passará a ser o órgão responsável pelo monitoramento e fiscalização dos empreendimentos. “A Seap registra, mas só após a liberação da licença ambiental”, explicou Paulo Nunes. O excesso de burocracia e os altas taxas impedem a instalação de projetos, tanto que apenas um encontra-se licenciado e autorizado em Alagoas. A exceção está localizada próxima ao Rio Persinunga, marco natural que estabelece a divisa entre Pernambuco e Alagoas, e investe exclusivamente na criação em cativeiro de camarão do mar. Com a regulamentação, Alagoas estará fortalecendo um setor que tem mercado sete vezes maior do que o da carne bovina e nove vezes em relação ao da carne de frango. FV ### Projeto associará criação de peixe e ave Maragogi - Movido por seus próprios sonhos, o agricultor Ricardo Gomes da Silva tem em sua parcela do assentamento Samba, em Maragogi, um viveiro com várias espécies de peixes. A iniciativa própria recebeu apoio da prefeitura, que cedeu equipamento para fazer o criatório abastecido por água de fonte. A maior parte dos peixes foi capturada em rios da região e a alimentação é feita com pedaços de macaxeira. Sem recursos, o pequeno agricultor não pode comprar ração balanceada e espera ser um dos contemplados com o projeto-piloto para produção associada de peixes e aves. Aos 45 anos, casado e pai de 5 filhas, Ricardo da Silva está no assentamento desde 1997 e foi um dos primeiros a se instalar no local. Cansado dos prejuízos que já sofreu com algumas plantações, resolveu investir na piscicultura para “garantir comida na mesa e comércio”. Para a bióloga Idalvina Ribeiro, representante do Incra, antes de começar o projeto é preciso interromper os crimes ambientais nos assentamentos. “A região Norte é uma das mais críticas do Estado”, diz. “Sem fazer a recuperação das matas ciliares e da vegetação de encostas não dá para pensar em investimentos para a aqüicultura”, afirma Idalvina, acrescentando que sem o licenciamento ambiental o projeto não pode ser implantado. Sobre o financiamento disponível para negócios relacionados à agricultura familiar, o gerente do Banco do Brasil de Maragogi Fidel Alves avalia que “o crédito sem informação não vai gerar o resultado que se pretende. É preciso conhecer a atividade que se propõe”. Os prejuízos verificados há alguns anos na maioria dos assentamentos da região têm origem na falta de conhecimento do que está sendo cultivado, agravada pela descontinuidade da assistência técnica. FV

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