A praga da cigarrinha da folha já atinge pelo menos 60 mil hectares de canaviais em Alagoas. É a maior infestação do inseto de que se tem notícia no Estado, segundo técnicos e produtores do setor sucroalcooleiro de Alagoas. “A ocorrência aumentou mais de 300% em relação à safra passada”, analisa o agrônomo Edvaldo Tenório, diretor- técnico da Associação dos Produtores de Cana de Alagoas (Asplana). Pela estimativa da associação, será necessário um aporte de pelo menos R$ 1,8 milhão para o combate à praga nas próximas semanas, para combater a cigarrinha somente na área de fornecedores de cana. “Da área total de fornecedores, estimada em 11 mil hectares, em pelo menos 60 mil precisa ser feito o controle. Nas condições atuais, a aplicação para se tornar eficiente custa cerca de R$ 30 por hectare”, antecipa Tenório. Nos custos calculados pelo diretor da Asplana, estão incluídos a mão-de-obra de apoio (R$ 3,00), um quilo de fungo metarhizum (R$ 12) e o custo de aplicação por avião (R$ 15,00). “Infelizmente, teremos de arcar com um custo maior para pulverizar o fungo. Nas condições atuais, só é possível cobrir a área afetada com o uso de aviões agrícolas”, afirma. Segundo Edvaldo, a Asplana aumentou para uma tonelada a produção semanal de fungos, o suficiente para cobrir uma área de mil hectares semanais. “Em algumas áreas, onde a infestação é maior, teremos de usar inseticida. Nos casos mais graves, o controle biológico não é eficaz”, admite.