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Pais madrugam em escola por benef�cio

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BLEINE OLIVEIRA Repórter Dezenas de pessoas estão, desde a madrugada de ontem, espalhadas na calçada da Escola Professor Lenilton Alves, no Jacintinho, “guardando” lugar na fila para fazer o recadastramento no Programa Bolsa-Família. Embora o recadastramento tenha sido previamente anunciado para hoje, 22, pais e familiares dos alunos beneficiados pelo programa preferiram não correr o risco de ficar de fora. “A gente tem que chegar cedo, senão perde a vez” - diz a dona-de-casa Maria José Silva dos Santos, que vai recadastrar a neta, para garantir os R$ 45,00 que recebe todos os meses. Ela diz que chegou na fila às 3 da madrugada de ontem, e só deixará a porta da escola quando assegurar que a neta foi recadastrada. Os funcionários da escola se surpreenderam com a presença de tanta gente, estranhando que familiares dos alunos tenham chegado com tanta antecedência. “Recebemos uma solicitação da Caixa para abrir a escola durante dois dias” - diz Marcial Mendes Bastos, coordenador da Escola Lenilton Alves. Segundo ele, serão recadastradas crianças que estudam naquela unidade e nas escolas Kátia Assunção, Henrique Equelman e Rosane Collor. Muito cedo No ofício, acrescenta o coordenador, a Caixa informa que 25 de seus funcionários serão responsáveis pela coleta de documentos e dados das crianças que serão recadastradas. “Não entendo por que chegaram tão cedo” - afirma o coordenador, lamentando a confusão e o barulho provocados pela grande quantidade de pessoas espalhadas pela calçada da escola. Ele disse ainda que as fichas, para garantir a ordem de chegada, serão distribuídas pelos funcionários da Caixa. A escola, acrescenta Marcial Mendes, está apenas cedendo seu espaço físico para o trabalho. Durante a noite as famílias trouxeram colchonetes e cobertores para enfrentar o frio da madrugada. “Não tem outro jeito. Se não dormir na fila não consegue se recadastrar” - disse Maria Cristina da Conceição Macena, residente no bairro do Feitosa. As mães reclamam de irregularidades, dizendo que “no programa tem muita gente que não é carente”.

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