Cidades
Passeata pela paz pede fim da viol�ncia

| BLEINE OLIVEIRA Repórter Professores e estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) caminharam, ontem à tarde, da Praça Marechal Deodro até a Praça Floriano Peixoto, onde fica a sede do governo estadual, no centro de Maceió, para pedir providências do Estado contra o crescimento da violência em Alagoas. Entre os manifestantes estava o professor Otávio Cabral, cujo filho, Guilherme, foi assassinado por um grupo de marginais há cerca de um mês. A passeata foi organizada pela comunidade universitária, por meio da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal) e pelo Movimento Internacional em Defesa da Paz, mas o número de participantes, bastante reduzido, frustrou os organizadores. ?Infelizmente não temos aqui o número que esperávamos, mas a proposta é continuar trabalhando para que toda a sociedade se organize?, disse o o professor Antônio Passos, presidente da Adufal. Ele lamentou a reduzida participação de professores e estudantes. Clamor Segundo Antônio Passos, na próxima terça-feira, 13, as entidades que organizaram a passeata de ontem vão entregar um documento aos poderes públicos, com propostas para política de segurança pública. O documento, no qual a comunidade universitária clama por ações concretas nessa área, será entregue ao governador Ronaldo Lessa e aos presidentes da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal de Maceió. A idéia da passeata surgiu após o assassinato do jovem Guilherme Magalhães Cabral, filho de dois professores da Ufal. ?Essa passeata e as demais atividades que desenvolveremos é o prosseguimento de uma luta que começou com o assassinato de Guilherme?, afirma o professor Antônio Passos. O próximo passo, revela ele, será a criação do Comitê Universitário em Defesa da Paz, que desenvolverá ações permanentes de combate à violência no Estado. Para o presidente da Adufal, o crescimento dos índices de violência tem raízes sociais, mas entre seus componentes está o abandono a que a família está relegada. Alerta Nesse aspecto, o professor Otávio Cabral, que disse continuar esperançoso de que os assassinos de seu filho sejam capturados e julgados, alertou para a pobreza, a educação deficiente e a falta de oportunidades como geradoras da violência de que a sociedade tem sido vítima. ?Clamamos por um Estado onde as relações sociais se dêem em clima de paz?, acrescentou Antônio Passos, cobrando das autoridades mais educação, saúde e emprego ?pilares fundamentais para a sociedade justa e igualitária com que todos sonhamos?. O trabalho do comitê universitário, afirmou ele, será envolver a sociedade em todas as lutas para a redução da violência. A passeata teve a participação de dirigentes sindicais e de partidos políticos, como o P-Sol e o PSTU. A senadora Heloísa Helena (P-Sol) caminhou com os manifestantes e se solidarizou com o professor Otávio Cabral.