Cidades
Arapiraca corre risco de surto de dengue

| FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter O município de Arapiraca corre o risco de um surto de dengue, por causa da alta infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. De acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti, do Ministério da Saúde, Arapiraca tem índice de infestação de larvas do mosquito de 6 para cada 100 casas, quando o considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 1 para para cada 100 casas. O levantamento mostrou que Maceió também se encontra em estado de alerta. O índice de infestação do mosquito da dengue na capital aumentou de 1,5, em 2004, para 3,1 este ano. O Índice Rápido do Ministério da Saúde é um novo método para identificar mais rapidamente os criadouros dos mosquitos transmissor da dengue, mostrando aos gestores estaduais e municipais de saúde como podem se antecipar a uma indesejável epidemia da doença. O Programa Nacional de Controle da Dengue, do Ministério da Saúde, escolheu 170 municípios prioritários em todas as regiões do País e dividiu-os em estratos. Cada estrato tem entre 9 mil a 12 mil residências. Em média são visitadas 500 residências. Em Alagoas foram escolhidos Maceió e Arapiraca. O segundo maior município do Estado, está na quarta colocação no Nordeste em termos de infestação do Aedes aegypti empatado com Vitória de Santo Antão. O maior índice foi encontrado em Itabuna (BA) com 10,7, seguido de Mossoró (RN) 9,5 e Caruaru (PE) com 6,7. Índices estranhos O coordenador em exercício do Programa de Combate à Dengue da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, Manuel Gomes de Araújo, disse que ainda não tinha tomado conhecimento do resultado do levantamento realizado pelo Ministério da Saúde. Mas considerou os indíces estranhos, já que os levantamentos feitos pela secretaria mostram redução da infestação do mosquito da dengue em relação ao ano passado. ?Não fazemos levantamento por residência, mas por bairros. Mesmo assim, tem sido registrada uma redução nos índices de manifestação do mosquito?. Ele disse ainda que tem havido redução no número de casos da doença. Mas não sabia precisar esses números, porque se encontravam no sistema da Secretaria Municipal de Saúde, que não funcionou ontem por causa da decretação de ponto facultativo no município. Segundo ele, a população tem reclamado da ausência dos carros-fumacê nas ruas. Mas alegou que os carros-fumacê estão sob a responsabilidade do Estado, que não encaminhou nenhum para o município. ### Índice de infestação de focos do Aedes preocupa Maceió A coordenadora do Projeto de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Executiva de Saúde (Provep), Cleide Moreira, disse que os índices de infestação do mosquito Aedes aegypti identificados em Maceió e Arapiraca são preocupantes, uma vez que há tendência de aumento dos casos de dengue no período de verão. Além das chuvas ocasionais que ocorrem neste período, ela observa que no verão ocorre o aumento do fluxo de pessoas de outras regiões na cidade, que podem estar contaminadas. Dengue hemorrágica A maior preocupação do Provep é que o vírus da dengue está em circulação no Estado há vários anos. Isso aumenta a possibilidade de surgimento da forma mais grave e temível da doença: a dengue hemorrágica. No ano passado foram registrados 49 casos de dengue hemorrágica no Estado de Alagoas, com quatro óbitos. Este ano, apesar de não ter havido mortes, já foram identificados pelo menos 20 casos de dengue hemorrágica. Pelos dados do Ministério da Saúde, até outubro foram notificados 158,8 mil casos da doença no Brasil. Este ano, em todo o País, foram confirmados 247 casos de febre hemorrágica da dengue, com 25 mortes. FAS