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Nº 5759
Cidades

Sem-terra bloqueiam rodovia federal

| IVAN NUNES Repórter União dos Palmares - Membros do Movimento para Libertação dos Sem-Terra (MLST), da zona da mata alagoana, fecharam ontem, por sete horas, a BR-104, na altura do quilômetro 55, próximo à via de acesso ao município de Branquinha. O b

Por | Edição do dia 20/12/2005 - Matéria atualizada em 20/12/2005 às 00h00

| IVAN NUNES Repórter União dos Palmares - Membros do Movimento para Libertação dos Sem-Terra (MLST), da zona da mata alagoana, fecharam ontem, por sete horas, a BR-104, na altura do quilômetro 55, próximo à via de acesso ao município de Branquinha. O bloqueio provocou um enorme engarrafamento, de mais de cinco quilômetros, segundo informações do inspetor Agra, da Polícia Rodoviária Federal. Desta vez, o que motivou o bloqueio da rodovia não foram questões ligadas aos conflitos agrários, mas uma surra dada pela guarnição de PMs de Branquinha em um sem-terra do MLST, Edmilson Miguel Campos da Silva, 33, segundo informações do promotor de Justiça da cidade de União dos Palmares, Tácito Yuri. Ele disse que a vítima se encontrava no centro da cidade quando foi abordada por três policiais identificados como o PM Paulo; o sargento PM Orlando e um terceiro militar que o promotor não soube informar. Algemado O sem-terra contou ao promotor de União que teve suas mãos algemadas e que, em seguida, foi colocado dentro da viatura policial e levado para um local ermo, onde foi espancado. “O PM Paulo foi o que mais bateu em mim, ele chegou a me dar uma coronhada; e falavam o tempo todo que iam me matar, tive muito medo”, contou Edmilson ao promotor de Justiça Tácito Yuri, que foi um dos interlocutores para o desbloqueio da rodovia. Protesto Durante o protesto foi necessária a presença no local da manifestação dos inspetores da Polícia Rodoviária Federal. No bloqueio, os manifestantes colocaram toras de madeira e pedras no meio da BR-101, impedindo a passagem dos veículos. “Tive de explicar aos manifestantes do MLST a necessidade de liberação da rodovia federal”, afirmou Agra. Foi quando o promotor de Justiça de União dos Palmares, preso no bloqueio, se prontificou a resolver o problema. “Somente assim a BR-104 foi liberada, por volta das 15 horas”, disse o inspetor Agra. Pelo telefone, o promotor de Justiça Tácito Yuri disse que estava conduzindo no seu carro o membro do MLST Edmilson Campos para realizar exames de corpo de delito em Maceió, e a partir daí remeter o resultado para o seu colega promotor Napoleão Amaral Santos, da cidade de Murici. Ouvidor em Maceió O caso de violência sofrida por Edmilson Campos, segundo informações de membros do MLST de Branquinha, será denunciado hoje ao ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva, que visita Alagoas. Ele fará uma visita ao assentamento dos sem-terra no município de Atalaia, onde recentemente um membro do MLST foi assassinado a tiros.

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