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Nº 5759
Cidades

Moradores querem impedir novo aterro

| FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Mais de 500 moradores do Benedito Bentes e de outros conjuntos da região fecharam ontem o trevo de acesso ao bairro, na Via-Expressa, para protestar contra a possibilidade de instalação e implantação do novo aterro sanitário n

Por | Edição do dia 06/01/2006 - Matéria atualizada em 06/01/2006 às 00h00

| FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter Mais de 500 moradores do Benedito Bentes e de outros conjuntos da região fecharam ontem o trevo de acesso ao bairro, na Via-Expressa, para protestar contra a possibilidade de instalação e implantação do novo aterro sanitário numa região próxima ao conjunto. O protesto durou menos de uma hora, mas foi suficiente para causar transtornos ao trânsito na Via Expressa e nos acessos aos conjuntos Benedito Bentes e Salvador Lyra. E o confronto está longe de acabar. Os mesmos moradores voltam a fazer pressão contra o novo “lixão” no bairro, hoje à tarde, durante a primeira audiência pública realizada pela Prefeitura de Maceió, para discutir o projeto de instalação do novo aterro sanitário. “Os moradores do Benedito Bentes vão a essa audiência para dizer não à instalação desse aterro no bairro”, avisou o prefeito comunitário do Benedito Bentes, Silvânio Barbosa, que vai colocar 10 ônibus à disposição da população do bairro para ir à audiência, no auditório do Espaço Cultural da Ufal, na Praça Sinimbu. Ontem pela manhã, além de queimarem pneus, até carroças foram usadas para bloquear a rua. Em alguns momentos, os ânimos se acirraram, quando alguns motoristas tentaram furar o bloqueio. De mãos dadas, os manifestantes fizeram uma caminhada pelo meio da Via Expressa até a entrada do Conjunto Henrique Equelmman. “Precisamos é de emprego” A funcionária pública Lucielma Leite da Silva também aderiu à manifestação, porque acha que os moradores do Benedito Bentes não merecem ter um aterro sanitário como vizinho. “A gente precisa é de emprego, educação e saúde”. Durante a manifestação, o prefeito Cícero Almeida, em entrevista ao vivo numa rádio local, criticou o prefeito comunitário Silvânio Barbosa. Ele acusou Silvânio ter coagido os moradores do conjunto a participar da manifestação, com a ameaça de que eles teriam a distribuição de leite cortada. Almeida disse, ainda, que Silvânio estaria querendo ganhar um cargo comissionado na prefeitura. Silvânio Barbosa rebateu as acusações do prefeito, afirmando que não poderia assumir um cargo comissionado, mesmo que o prefeito oferecesse, porque tem um mandato de conselheiro tutelar em 2006. Barbosa aproveitou para criticar o prefeito, que, segundo ele, mandou arrancar todas as faixas colocadas no conjunto contra a instalação do aterro sanitário no Benedito. Estudos da Ufal Segundo Silvânio, a realização da manifestação foi aprovada pela comunidade numa audiência pública realizada na noite de quarta-feira. Na audiência, o consultor ambiental Antônio Wilton fez uma explanação sobre o estudo realizado por técnicos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que apontou três áreas para implantação do novo aterro. Uma delas fica em Marechal Deodoro e duas em regiões próximas ao Benedito Bentes. Silvânio disse que a área indicada próximo ao Benedito Bentes, com 62 hectares, fica a menos de 200 metros de um manancial do Rio Pratagy, que abastece o sistema de água da Casal. A outra área escolhida fica a menos de oito quilômetros do Aeroporto Zumbi dos Palmares. Silvânio disse, ainda, que a principal via de acesso ao Benedito Bentes não tem condições de receber o fluxo de caminhões com o lixo de uma cidade como Maceió, com 1 milhão de habitantes. “Só há um único acesso para chegar ao local escolhido para o aterro, por onde serão levadas 1.100 toneladas de lixo por dia”, disse Silvânio.

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