Galerias e lojas de grife mudam perfil da orla de Macei�
| NIVIANE RODRIGUES Repórter Um novo setor de empreendimentos imobiliários vem redesenhando o perfil da orla de Pajuçara à Jatiúca, considerada a área mais nobre de Maceió: a construção de galerias e lojas de grife. Ponto de tradicionais bares e restau
Por | Edição do dia 15/01/2006 - Matéria atualizada em 15/01/2006 às 00h00
| NIVIANE RODRIGUES Repórter Um novo setor de empreendimentos imobiliários vem redesenhando o perfil da orla de Pajuçara à Jatiúca, considerada a área mais nobre de Maceió: a construção de galerias e lojas de grife. Ponto de tradicionais bares e restaurantes, além de concentrar o maior número de edifícios residenciais, a orla vê surgir este novo nicho econômico, que atrai cada vez mais investidores de olho na expansão da região como área comercial e um centro de consumo. Basta um passeio pelos bairros para constatar o crescimento do comércio no lugar. Ruas que até então eram tipicamente residenciais, como é o caso da antiga Avenida Amélia Rosa, atual Antônio Gomes de Barros, transformaram-se em área de negócios. São lojas com artigos de luxo para atender à exigente clientela da região. As lojas, galerias e minishoppings estão por toda parte e as construções não param. Na esquina da Avenida Álvaro Otacílio com Álvaro Calheiros, na Jatiúca, uma imponente construção chama a atenção de quem passa pelo local. O que antes era um imenso sítio de coqueiros, hoje é um shopping com 43 lojas e amplo estacionamento. O empreendimento pertence a três irmãos, herdeiros há 40 anos do terreno. O shopping, cuja construção começou em janeiro de 2005, deve abrigar ainda restaurante, banca de revistas e agências bancárias. Numa área de 7.500m², a construção segue alto padrão de qualidade e está em fase final de acabamento. As lojas têm em média 40m², mais 15m² de mesanino e estão sendo alugadas. O mercado é quem dita as regras. As pessoas estão saindo do shopping em busca de novos atrativos. No nosso caso, um deles é justamente o estacionamento, com capacidade para 125 veículos, diz o empresário Carlos Kivitis Nogueira, um dos proprietários do shopping. Ele evita falar no valor total do investimento feito. Segundo o empresário, 70% das lojas já foram alugadas, com valores mensais que vão de R$ 3 mil a R$ 6 mil. Ele acredita que o shopping à beira-mar vai atrair pessoas que circulam na orla e a clientela mais sofisticada, que procura produtos diferenciados. Lucro certo Os investidores não falam em lucro, mas garantem que há consumidor e que os resultados são positivos. Muitos decidiram apostar nos bairros da orla para fugir do que consideram alto custo do aluguel e do condomínio nos shoppings da cidade. É o caso da proprietária de uma loja de confecções em uma galeria na Avenida Deputado José Lages, na Ponta Verde. Há seis anos ela alugou o imóvel e montou o que a princípio era uma franquia de sapatos. Com o tempo e os bons resultados, segundo a gerente da loja, Jose Cantarelli, a empresária resolveu diversificar e passou a trabalhar com multimarcas. O movimento depende da época do ano; neste período, quando há um fluxo grande de turistas na cidade, as vendas aumentam, diz a gerente. ### Turistas estão entre clientes nas galerias A gerente Jose Cantarelli revela que quem compra nas galerias procura sobretudo comodidade. Criamos um vínculo com o cliente, que vem em busca de marcas famosas que só as chamadas lojas de rua oferecem. Aqui o cliente pode receber suas compras em casa, com o maior conforto, diz. Na galeria da Avenida Deputado José Lages estão instaladas 11 lojas. Por mês, os locatários pagam entre R$ 1 mil e R$ 2 mil de aluguel, além do condomínio. Foi justamente em busca da clientela exigente que há quatro meses a artista plástica Maria João Abreu decidiu montar uma loja em uma galeria da Avenida Deputado José Lages. A artista produzia peças sob encomenda. Os pedidos foram aumentando e ela decidiu ampliar o negócio. Com a loja, muitas pessoas passaram a conhecer meu trabalho, que até então tinha um público mais restrito. Além disso, o fluxo aqui na galeria é muito grande, principalmente de turistas. A localização é excelente e ajuda muito, assegura. Sem oferta O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) em Alagoas, Felipe Cavalcante, não considera que esteja havendo uma explosão de construções de imóveis comerciais na orla de Maceió. O grande boom ocorreu no período do PDV [Plano de Desligamento Voluntário] do Estado, quando funcionários públicos utilizaram o dinheiro para montar empreendimentos comerciais, inclusive lojas e galerias. De lá para cá não houve muita oferta, revela Felipe Cavalcante, para quem os investimentos que estão sendo feitos são exceção. |NR