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Nº 5759
Cidades

Aeroporto desativado entra em disputa

| REGINA CARVALHO Repórter Desativada há quatro meses, desde que o novo Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares foi inaugurado, a estrutura de oito mil metros quadrados que abrigou o antigo aeroporto Campo dos Palmares permanece com destino ainda ind

Por | Edição do dia 15/01/2006 - Matéria atualizada em 15/01/2006 às 00h00

| REGINA CARVALHO Repórter Desativada há quatro meses, desde que o novo Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares foi inaugurado, a estrutura de oito mil metros quadrados que abrigou o antigo aeroporto Campo dos Palmares permanece com destino ainda indefinido. A discussão pode voltar à tona nos próximos meses e a decisão caberá apenas à diretoria da Infraero - empresa do governo federal responsável pela administração dos aeroportos brasileiros - em Brasília. Com a inauguração do novo aeroporto, no dia 16 de setembro do ano passado, pouco tem se falado sobre a finalidade que será dada à estrutura do antigo aeroporto. Enfim, o que ela vai abrigar. Especulações ainda surgem, mas nada de concreto foi informado pela diretoria da Infraero à superintendência em Alagoas. Tapumes Isolado e cercado por tapumes, onde poucos têm acesso, nem mesmo a Superintendência da Infraero em Alagoas sabe ao certo o que será feito com ele. Mas não faltam pretendentes para a sua aquisição. O principal deles é o governador Ronaldo Lessa (PDT), que vem tentando, há algum tempo, sucesso na negociação (leia matéria nesta página). “Ainda não está definido. Agora essa discussão está em nível de diretoria, em Brasília”, assinalou Socorro Pinheiro, superintendente da Infraero em Alagoas. Socorro relatou que foram encaminhadas a Brasília várias propostas para uso do prédio, que deverão ainda ser submetidas a uma avaliação criteriosa. “Tivemos uma proposta para que o local abrigue o Bope ou um centro de artesanato. Essa decisão agora não cabe a nós”, reforçou Socorro Pinheiro. Ela contou que uma dessas propostas foi feita pelo então secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, atual diretor-geral da Polícia Civil, que demonstrou interesse em transformar o espaço em sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Vigilância 24 horas Distribuído numa área generosa de oito mil metros quadrados, mas bem menor do que a do novo aeroporto - com 22 mil metros quadrados - referentes ao terminal de passageiros, a antiga estrutura recebe a proteção de quatro vigilantes que se revezam noite e dia para tomar conta dos equipamentos que ainda restaram. Alguns deles, no caso computadores, foram reaproveitados no novo aeroporto e os móveis devem ir a leilão nos próximos meses. Parte dos objetos vai para outros aeroportos. “Temos vigilante no local por 24 horas. Não tem muita coisa para ir a leilão, os objetos estão um pouco sucateados. Também não existe previsão para o leilão acontecer”, destacou a superintendente. Apostas para o futuro Somente a diretoria da Infraero vai resolver como acontecerá a negociação com o antigo prédio. Entretanto, a assessoria de imprensa do órgão ressalta que normalmente o procedimento acontece mediante licitação, com o tempo de ocupação já previamente estabelecido. Quando foi desativado, o canteiro do antigo aeroporto virou ponto de encontro de casais. Por causa disso, a segurança ficou mais atenta e o problema foi solucionado imediatamente. Sugestões para a antiga estrutura não faltam. Algumas pessoas relatam que já ouviram falar no que ela se tornará. Até alguns funcionários se arriscam a opinar. “Uma escola técnica seria muito bom aqui”, fala um militar que prefere não se identificar, mas que acompanha diariamente possíveis negociações. Outros dizem que já ouviram falar que o local se transformará num departamento dos Correios, posto avançado da Polícia Militar (PM), escola, hangar para aeronaves, espaço para estocagem de cargas, faculdade ou loteado para comercialização. As apostas são as mais diversas. Entretanto, por se tratar de uma área de segurança, não é qualquer empreendimento que poderá se instalar na antiga estrutura. Como revela a assessoria da Superintendência da Infraero. A escolha tem de ser criteriosa e depende também de uma negociação com o governo. Rio Largo no páreo A Prefeitura de Rio Largo também está interessada no prédio antigo. Tanto que por duas vezes, entre agosto e setembro do ano passado, secretários municipais estiveram em Brasília para tentar uma negociação com a diretoria da Infraero. “Conversamos com o presidente da Infraero (Carlos Wilson Campos) e sugerimos que poderia ser feito um centro de treinamento para rede hoteleira no antigo aeroporto, uma espécie de hotel-escola”, relatou o coordenador de Planejamento da Prefeitura de Rio Largo, Ricardo Scavuzzi de Carvalho. Pedido oficial A presidência da Infraero, por sua vez, disse que o pedido deveria ser feito oficialmente. “Fizemos o que eles disseram, mas até agora não tivemos resposta. Eles disseram que iriam apreciar a nossa proposta. Estamos aguardando”, acrescentou Scavuzzi. De acordo com o coordenador, na próxima semana ele irá novamente à Brasília para tentar avançar nas negociações. “Nós vamos insistir nessa questão. Quero ver se desta vez levo a prefeita (Vânia Paiva, de Rio Largo) a Brasília”, enfatizou o secretário de Infra-estrutura de Rio Largo, Ricardo Scavuzzi. ### Governo quer museu ou espaço cultural O secretário da célula de Desenvolvimento Econômico, Arnóbio Cavalcante, reforça o interesse do governador na área. “Isso está sendo discutido. Houve uma parada momentânea, por causa do fim de ano, mas essa negociação deve ser retomada nos próximos dias”, relata. Ele conta que várias opções de uso do espaço já foram cogitadas, de museu a espaço cultural. “O governo já fez a proposta à Infraero. Em fevereiro esse assunto volta a ser discutido”, completa. Arnóbio Cavalcante atesta que o antigo aeroporto tem uma ótima estrutura, localizado numa área privilegiada, que deveria ser reaproveitada para desenvolvimento da região. “A gente tem de fazer o aproveitamento dessa área. É um dos principais pontos do Estado, fica próximo a uma BR e fora do aglomerado urbano. É uma área bastante apreciada. O governador insiste nessa questão do uso do antigo aeroporto”, destaca o secretário. Cavalcante completa que o governador Ronaldo Lessa tem discutido “numa esfera superior” o futuro do antigo aeroporto. Entretanto, a superintendente da Infraero em Alagoas ressalta que não recebeu nenhuma proposta de Ronaldo Lessa para ocupação do antigo prédio. “Não recebi nenhuma proposta que partisse diretamente do governador”, confirma Socorro Pinheiro, natural do Amazonas, que está em Alagoas desde 2002 por causa da construção do aeroporto internacional. A Infraero restringe o acesso ao antigo aeroporto, permitido apenas para funcionários. A imprensa também não pode entrar no local que, segundo a superintendência, ainda está desarrumado e descaracterizado. Por longos anos, muitos conviveram com o antigo aeroporto, muitas vezes criticado pelas más condições de funcionamento, aspecto pouco exuberante e muitas limitações. Ele está localizado a uma distância de 400 metros do atual. Para construção do novo aeroporto internacional foram gastos mais de R$ 200 milhões, valor custeado na maior parte pelo governo federal, a partir de projeto do arquiteto alagoano Mário Aloísio. |RC ### Aeroshopping do Zumbi dos Palmares não decolou ainda Enquanto a carcaça do desativado aeroporto Campos dos Palmares é disputada, no novíssimo Zumbi dos Palmares os espaços vazios e subaproveitados podem ser vistos a olho nu. Metade dos estabelecimentos comerciais não foi ocupada. Dos 18 pontos oferecidos, apenas nove estão em funcionamento, como confirma a superintendente da Infraero em Alagoas, Socorro Pinheiro. Dentre as áreas ocupadas estão livraria, espaço para artesanato, para bebidas, lanchonete e, mais recentemente, de comercialização de frutos do mar e perfumaria. “Existe pressa sim para manter todos os espaços ocupados. A tendência é de que em junho estejamos com 100% de ocupação”, confirmou a superintendente. Empreendimentos futuros Tapumes cercam futuros empreendimentos, que deverão ser ocupados paulatinamente, depois de passar por licitações. Norma estabelecida pela empresa. “Nosso aeroporto está em pleno funcionamento, mas o aeroshopping está ainda se estruturando”, destacou Socorro Pinheiro. A instalação de empreendimentos segue uma tabela padrão, usada em todos os aeroportos brasileiros. O preço depende do tamanho da área a ser ocupada. A superintendente da Infraero em Alagoas destaca que a guarita do estacionamento deverá estar pronta até o fim do mês. A partir do funcionamento começará o pagamento pelo acesso. “A obra da guarita continua, mas já está em fase final, para depois iniciarmos a cobrança pelo estacionamento”, informou Socorro Pinheiro. A Infraero em Alagoas comemora os primeiros resultados com o pleno funcionamento do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares. No dia 14 do mês passado, ele foi promovido da categoria 2 para a 1. Ou seja, está no mesmo patamar de aeroportos de grandes centros do Brasil, a exemplo de são Paulo. “Vários critérios são analisados para chegar a essa posição. Essa é uma conquista”, comemora Socorro Pinheiro. Com base em dados comparativos que apontam o crescimento do número de passageiros, a superintendência da empresa no Estado acredita que o ano de 2006 será ainda melhor que os anteriores. “A tendência é aumentar. Temos quatro vôos internacionais, charters, que são de Milão e Lisboa, duas vezes por semana. Em 2006 o movimento será bem melhor”, lembra a superintendente. Dados divulgados pela empresa apontam que em 2003 foram 531 mil passageiros no aeroporto; em 2004 foram 641 mil e no ano passado esse número saltou para 800 mil passageiros. Um aumento de 23% em 2005 em relação a 2004. RC

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