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Nº 5759
Cidades

Pacientes lotam os corredores da UE, que espera reforma

REGINA CARVALHO Repórter A aposentada Maria do Carmo Rodrigues, 72 anos, gemia ontem em decorrência de fortes dores que sentia no abdome. Desde a última segunda-feira ela recebe atendimento médico em um dos corredores superlotados da Unidade de Em

Por | Edição do dia 19/01/2006 - Matéria atualizada em 19/01/2006 às 00h00

REGINA CARVALHO Repórter A aposentada Maria do Carmo Rodrigues, 72 anos, gemia ontem em decorrência de fortes dores que sentia no abdome. Desde a última segunda-feira ela recebe atendimento médico em um dos corredores superlotados da Unidade de Emergência Dr. Armando Lages (UE). Como a aposentada, passam diariamente pela UE mais de 400 pacientes. Grande parte deles é do interior e muitos têm de aguardar atendimento em locais precários, como nos corredores da Emergência. “É muito triste ver minha mãe sofrendo dessa forma e não poder fazer quase nada”, lamentou a dona-de-casa Iracir Rodrigues, filha de Maria do Carmo, que reside no município de Ibateguara. Mesmo com a construção da Unidade de Emergência do Agreste, há três anos, que desafogou em torno de 20% os atendimentos a traumas, a situação da UE em Maceió continua delicada, como reconhecem os profissionais da unidade hospitalar. “Além dos 168 leitos que temos, seria preciso pelo menos mais 200 para suprir a necessidade”, contou o diretor-médico da UE, José Gonçalo da Silva. Os profissionais que atuam na unidade vivem um dilema: não podem deixar de atender quem procura ajuda, mesmo que isso custe reclamações e revolta. “A nossa missão é o trauma. Se fosse para atender apenas esses casos, seria em torno de 10% do nosso atendimento”, completou o diretor-médico. De acordo com ele, a maioria desses pacientes deveria receber acompanhamento médico em um hospital-geral, mas pela inexistência desse serviço em Alagoas, quase toda a demanda procura a UE, em Maceió. Via-crúcis A produtora cultural Cândida Roberta Ferreira Gomes conta o sofrimento de sua avó, uma senhora de mais de 90 anos, que conseguiu ser atendida por um neurologista somente dois dias após sua internação. “Ela foi internada no domingo à noite, depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e conseguimos um atendimento especializado somente na terça-feira. As pessoas que aguardam na Unidade de Emergência sofrem muito. Vi uma senhora cair três vezes da cadeira de rodas. Ela estava em um corredor superlotado. Falta lençol e colchões”, destacou a produtora cultural, que prefere manter em sigilo o nome da avó, que permanecia até ontem em um dos corredores do pronto-socorro. Solução Para a direção da UE, a reforma e ampliação da unidade, que deve começar entre fevereiro e março deste ano, pode ser a salvação para o problema da superlotação. A obra está orçada em R$ 16 milhões, por meio do programa Qualisus - do Ministério da Saúde - mais contrapartida do governo do Estado (de R$ 1,5 milhão). Do montante destinado, está disponível R$ 1,5 milhão do governo federal para dar início ao projeto. “Acredito que vai minimizar e talvez acabar com a superlotação. Esperamos que sim. Esse é o nosso maior problema hoje”, relata José Gonçalo. Além da ampliação física e aquisição de novos equipamentos, a direção acredita que será necessário aumentar o número de profissionais. O objetivo do programa Qualisus é humanizar o atendimento, diminuindo filas.

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