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Nº 5759
Cidades

Noitada no interior tem poucas op��es

É verão, e, com ele, além do sol que bronzeia a moçada nas praias do litoral, tem as noites calorosas que atraem os boêmios e inspiram os enamorados que buscam formas de lazer que tornem as madrugadas belas. Isso sem contar uma turma ávida por diversão.

Por | Edição do dia 22/01/2006 - Matéria atualizada em 22/01/2006 às 00h00

É verão, e, com ele, além do sol que bronzeia a moçada nas praias do litoral, tem as noites calorosas que atraem os boêmios e inspiram os enamorados que buscam formas de lazer que tornem as madrugadas belas. Isso sem contar uma turma ávida por diversão. Mas o que fazer para manter esse público ocupado depois do pôr-do-sol? As opções são parecidas do litoral ao agreste de Alagoas. Na paradisíaca Maragogi, litoral norte alagoano, as opções noturnas permanentes começam pelos restaurantes e bares da orla, programa esticado com uma ida à boate. A paquera rola solta nas praças, e o encontro entre amigos pode ocorrer ao redor das mesas de sinuca. Eventos gratuitos exclusivos para a alta temporada, os festivais de verão também são alternativas para aquecer a noite do balneário conhecido pelo que pode ser visto à luz do dia. No agito da Barra de São Miguel, litoral sul, tem happy hour, além de shows em espaços privados. O balneário, um dos mais procurados do Estado, é invadido por turistas brasileiros e estrangeiros, além dos alagoanos que fogem do estresse diário em busca de relax. O município tem atraído “investimentos de verão”. No agreste, a cidade que mais cresce no Estado de Alagoas, Arapiraca, fez das praças o point de encontro de jovens em busca de diversão barata. Os bares tradicionais também continuam freqüentados pelos que buscam um espaço para ouvir uma boa música e conversar sossegado. ### Bate-papo regado a comes, bebes e jogo Um passeio pelo calçadão da orla é o roteiro inicial para curtir a noite em Maragogi. Pratos à base de frutos do mar estão presentes nos cardápios dos restaurantes que também oferecem carnes e massas. Os ambientes, uns requintados outros descontraídos, misturam clientes locais e visitantes com relativo poder aquisitivo para degustar as delícias à base de frutos do mar. Para quem está a fim de fazer apenas um lanche, as alternativas são variadas, mas o point mais freqüentado é a lanchonete e self-service de sorvetes Milk-Shake, localizada na orla de Maragogi. Aberta há dez anos pelo casal João Cassiano e Maria Amélia Calaça Ferreira, o local passou por reformas em 2004 para atender melhor a clientela. Alexandre de Oliveira, gerente de hospedagem do Resort Salinas, atesta a qualidade dos serviços e dos sanduíches. Ele é freqüentador habitual e costuma dividir a mesa com colegas de trabalho que apontam o local como preferido para um bate-papo regado por uma “cervejinha”. O sucesso do empreendimento está relacionado ao aumento do número de hotéis e pousadas, tanto que a lanchonete passou a funcionar na alta e baixa estação há cerca de 4 anos. A procura pelo local faz a proprietária pensar em novos investimentos. “Tenho vontade de colocar um self-service de sanduíches”, revela Maria Amélia. Na calçada oposta, um pouco mais adiante da Milk-Shake, fica o bar do Lulinha, outra opção de lanches e tira-gostos com uma atração que garante a freqüência ao ponto: sinuca. Inaugurado de 1999, o investimento de R$ 60 mil - valor que inclui a compra do imóvel - também funciona o ano todo. “Fazia uns 20 a 25 anos que Maragogi não tinha sinuca em mais nenhum lugar e como a turma reclamava, resolvi colocar”, diz o dono Luiz Mário Costa, o Lulinha. A diversão custa R$ 6, a hora, e tem adeptos assíduos e eventuais. NOVOS INVESTIMENTOS O empresário paulista Arno Dal Corso é um deles. Dal Corso desembarcou em Maragogi há dois meses para lançar o fly-boat, um tipo de bote equipado com asas e motor para fazer vôos panorâmicos, passeio que estará disponível em breve. Formado em Educação Física, ele vendeu tudo que tinha em São Paulo antes de partir rumo a Alagoas. Depois de passar uma temporada na Praia do Francês, conheceu Maragogi e resolveu se instalar definitivamente no litoral norte. No bar do Lulinha, já fez amizades graças à sinuca que também costumava jogar em São Paulo. ESPECIALIDADE O sucesso do esporte praticado por amadores já rendeu dois torneios, o mais recente com a participação de praticantes pernambucanos, distribuindo premiação em dinheiro, troféus e hospedagem em hotéis da cidade. A paixão pela sinuca tem reflexo no cardápio de lanches do bar. O melhor sanduíche leva o nome de Bola de Vez, uma expressão que identifica a próxima bola a ser encaçapada pelos jogadores. Outra especialidade da casa é o caldinho de dobradinha, único da cidade, ideal para acompanhar uma cerveja gelada. |FV ### Cafeteria e boate: agito e relax juntos Dois ambientes distintos no mesmo endereço. Bem ao lado da sede da Prefeitura de Maragogi, quem quiser conversar ao ar livre degustando petiscos elaborados por um especialista basta puxar uma cadeira e pedir o cardápio do Café do Mar. O local serve também como ante-sala para o agito que rola de quinta a domingo na boate Vibe Pub, construída em um primeiro andar por trás do primeiro piso do galeria que abriga, ainda, a sede e o auditório da Associação de Hotéis e Pousadas de Maragogi, Japaratinga e São Miguel dos Milagres (Ahmaja). Os dois espaços foram idealizados pelo casal Deco e Juliana Melo, vindo do Recife em 2000. Deco trabalhou em várias casas noturnas na capital pernambucana, principalmente em Boa Viagem, e trouxe sua experiência para Maragogi. Ele gerencia o local, enquanto Juliana cuida da parte financeira dos negócios. Disc-jóquei por vocação, Melo confessa sentir-se muito mais à vontade quando assume as pistas de dança. Como nem sempre pode estar no comando do som, contratou o amigo Nando Rolim, DJ pernambucano, para trabalhar na alta temporada. A boate começa a funcionar a partir de quarta-feira, noite em que toca tudo. Na quinta tem o “Forró do Turista”, na sexta abre espaço para o pagode de mesa seguido das batidas de música eletrônica. “Sábado e domingo só toca música eletrônica das mais diversas vertentes”, diz o DJ Deco Melo, que investiu cerca de R$ 100 mil somente na Vibe Pub. No Café do Mar o direcionamento foi para o cardápio. Deco convidou Rubem Greenpeter, amigo alemão radicado no Recife que conheceu há 8 anos. “Ele cria pratos, não é um chefe de cozinha”, explicou. Entre os crepes diponíveis, todos batizados com nomes de praias de Maragogi, destaque para o dourado, recheado com queijo e molho de tomate especialmente elaborado pelo especialista alemão, “segredo que guardo a sete chaves”, comentou Deco. Tem também os escondidinhos feitos com creme de macaxeira, carne-de-sol e queijo de coalho, entre outras receitas de dar água na boca. Para completar, sobremesas tentadoras, a exemplo da banana caramelada e flambada no conhaque de uísque. Um dos que aprovam as inovações em Maragogi é Paulo Nunes Calaça, chefe do escritório em Alagoas da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca. Natural de Maragogi, o ex-deputado estadual pelo PT faz referência ao novo espaço aberto na cidade, dedicado a promover a cultura e o artesanato, intitulado Mãos à Arte Brasil. Funcionando na Rua José Buarque Sampaio, nº 41, Centro, a casa alugada pelo casal Irimá Rezende e Valéria Cavalcante tem como proposta divulgar trabalhos artesanais com reconhecido potencial artístico. “A nossa prioridade é mostrar o artesanato como expressão de arte”, enfatiza Rezende, engenheiro civil e projetista que transferiu seu escritório para o local que também abriga oficinas num ateliê. À noite, o som é de um forró pé-de-serra, mas poderia ser um recital de poesias ou uma apresentação de grupo folclórico. A ambientação é feita com peças de artesãos locais. ### Em Arapiraca, jovens invadem as praças MAIKEL MARQUES Repórter Arapiraca - Bater papo em praça pública virou a principal diversão neste verão para boa parte da juventude de Arapiraca. A cidade que mais cresce no interior de Alagoas tem poucas opções de lazer voltadas ao público que busca alternativa à tradicional mesa de bar e shows de forró em esporádicos fins de semana. “Hoje à noite, estamos na praça por absoluta falta de opção”, disse o estudante Pedro de Souza Amorim, 22, enquanto se divertia ao lado de amigos na Praça Luiz Pereira Lima, que costuma ficar lotada às sextas-feiras depois das 20 horas. “É uma opção barata e ideal para encontrar os amigos”, considera a também estudante Cássia Silva de Melo, 21. Além da Praça Luiz Pereira Lima, a Marques da Silva também é reduto de jovens que cultivam o hábito de curtir um som potente em seus automóveis superequipados. A sonoridade, que desagrada aos mais antigos, atrai a turma que curte forró eletrônico e brega. “A gente vem à praça porque nem sempre tem grana suficiente para se divertir nos bares da moda”, observa o estudante Antônio Gomes Oliveira, 20. Quem não enfrenta dificuldade financeira também se queixa da falta de opções. “Tem fins de semana em que minha única opção é circular pelas praças”, atesta Mário Júnior, que é técnico em informática. Comerciantes de lanches e bebidas festejam o aumento das vendas às sextas-feiras nas praças da cidade. “A gente vende bem mais. Só não é melhor por causa dos ambulantes”, diz o proprietário de uma lanchonete na Praça Luiz Pereira Lima. Às sexta-feiras, o poder público municipal promove evento cultural com show musical, venda de artesanato e de comidas típicas. Embora o movimento nos bares seja constante no verão, há quem prefira a diversão caseira garantida pela locação de DVDs. “Na falta de opção, a solução é locar filmes”, reconhece uma das estudantes que freqüentam as praças de Arapiraca. ### Forró, pagode e heavy metal: vale o que vier Arapiraca - Numa cidade onde o ritmo mais ouvido é o forró, também há espaço para quem curte música eletrônica ou é fã de heavy metal. “Somos exceção aqui na cidade, mas não abrimos mão de um bom show de rock”, diz o músico Leandro Carvalho, flagrado desfilando em praça pública com um sobretudo preto. “Há quem me chame de o homem da capa preta”, brinca. Flagrados pela Gazeta em uma das praças do centro de Arapiraca, Leandro e mais três amigos distribuíam panfletos de um show intitulado “Noturnal Metal”, que prometia reunir bandas de “rock pesado” no Clube dos Fumicultores, um dos mais tradicionais da cidade. “Estamos aqui caçando quem tem interesse no show de rock”, justificou Mário Júnior, que é músico e fã incondicional de rock. Numa roda de amigos, Mário e Leandro foram taxativos quando o assunto era opção de lazer no verão de Arapiraca. “Faltam-nos opções nos fins de semana”, afirmou Mário, que observa a necessidade de um “bom teatro” no município. O Teatro do Colégio Bom Conselho está em fase de conclusão. “A juventude de Arapiraca não busca apenas show de forró ou brega. Também há público para shows de rock, música clássica e apresentações artísticas”, comenta Alex Maggo. Quando não há opção na cidade, a solução é sair dela. “A gente vive de certo modo ilhado. Quando é possível, buscamos diversão em outras cidades”, completa. Para quem é fã de rock ou música popular brasileira (MPB) uma das opções em Arapiraca é o tradicional Bar do Paulo, no centro da cidade, ou então o Bar da Baixa, no bairro Novo Horizonte, onde o público é variadíssimo. O Mosaicos Pub Club, no centro da cidade, também é opção para os amantes da vida noturna. |MM

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