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Nº 5759
Cidades

Assentado devasta mata atl�ntica para plantar mandioca

| FERNANDO VINÍCIUS Repórter Maragogi - Agricultores do assentamento São Pedro, localizado em Maragogi, denunciaram a devastação de cerca de dois hectares de mata localizada numa área de propriedade da União. De acordo com moradores do local, o crime a

Por | Edição do dia 29/01/2006 - Matéria atualizada em 29/01/2006 às 00h00

| FERNANDO VINÍCIUS Repórter Maragogi - Agricultores do assentamento São Pedro, localizado em Maragogi, denunciaram a devastação de cerca de dois hectares de mata localizada numa área de propriedade da União. De acordo com moradores do local, o crime ambiental vem sendo praticado há pelo menos dois anos por um dos beneficiados pela reforma agrária, Antônio da Silva, popular “Tonho do Baluá”, que tem desafiado os demais assentados ao reafirmar que vai acabar com a mata por completo, objetivo que falta pouco para ser alcançado. A destruição do resquício de mata atlântica está causando revolta entre os agricultores, que temem a perda de uma fonte d’água que nasce no que resta da reserva. A Gazeta constatou o crime ambiental denunciado ao técnico agrícola José Vasconcelos Júnior, que trabalha no assentamento. Os indícios de retirada de árvores são visíveis no caminho até a área queimada há pouco tempo. Na encosta de acesso ao foco mais recente de atuação dos responsáveis pela prática criminosa, uma plantação de mandioca cresce em meio aos tocos de árvores cortadas com machados e motosserras. Segundo os assentados, espécies de árvores como sucupira, manipueira, sete cascos, praíba, espinheiro, cupíuba e palmeiras como dendê estão sendo queimadas ou retiradas a cada nova investida sobre a mata. Vasconcelos Júnior mostra um visgueiro cortado em meio aos pés de mandioca que devem ter sido plantados há cerca de 10 meses. Já na área queimada, o chão escuro tem algumas pilhas de toras de madeira deixadas próximas a uma caieira, buraco cheio de pedaços de pau feito no chão, coberto de terra com alguns suspiros, usado para fazer carvão. A estratégia se repete. Após a queimada, o acusado retira madeira e faz carvão para vender. Quando restarem só a terra e os tocos, depois da chuva, a área vai se transformar em lavoura. O sistema empregado, além de arcaico, é criminoso. Procurado em sua casa, Tonho do Baluá não foi localizado. O acusado de ser o autor do crime ambiental não estava na área devastada porque “ele paga pros outros trabalharem no local”, segundo os assentados.

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