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Nº 5759
Cidades

Malha ferrovi�ria alagoana ter� reforma

IVAN NUNES Repórter União dos Palmares - A Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) deve iniciar, a partir de março, os trabalhos de recuperação da malha ferroviária de Alagoas e Pernambuco, destruída pela chuva que caiu nestes dois estados em 2001

Por | Edição do dia 02/02/2006 - Matéria atualizada em 02/02/2006 às 00h00

IVAN NUNES Repórter União dos Palmares - A Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) deve iniciar, a partir de março, os trabalhos de recuperação da malha ferroviária de Alagoas e Pernambuco, destruída pela chuva que caiu nestes dois estados em 2001. A decisão foi anunciada em recente encontro de funcionários da empresa, no Recife. De acordo com um dos servidores da CFN presente à reunião, os recursos já estão assegurados e são da ordem de R$ 150 milhões, captados por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A CFN já constatou quais os pontos críticos existentes no Estado de Alagoas, identificados a partir do trecho da Usina Serra Grande, zona rural de São José da Laje, e em Paquevira, distrito de Canhotinho, município de Pernambuco. A CFN - empresa especializada na gestão de comercialização de transporte intermodal de mercadorias em vagões, contêineres e serviços de logística - anunciou que os consertos começam pela cidade de Catende (PE), indo até Propriá (SE), passando por Maraial, São Benedito do Sul e Quipapá, todos municípios pernambucanos. Em Alagoas, os trechos que passarão por reforma passam por São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Murici, Maceió e Lourenço de Albuquerque, onde fica o entroncamento entre as cidades de Capela, Viçosa, Quebrangulo, Palmeira dos Índios e Arapiraca. ### CFN apressa início das obras que têm prazo até 2007 A Gazeta apurou que a CFN estaria com pressa em dar início aos serviços de recuperação da malha em AL e SE, por força contratual com o governo federal, que exige que a empresa volte a circular o mais rapidamente possível com os seus trens de carga até 2007, sob pena de perder a concessão de uso da ferrovia. De União dos Palmares, a Gazeta tentou falar por telefone com um dos diretores da CFN, Jorge Melo, em Fortaleza, no Ceará, mas não conseguiu contato. Porém, um dos técnicos da CFN informou que serão quase 600 quilômetros de malha ferroviária que precisam de consertos ou avaliação de suas condições, mas nem todo trecho está comprometido, pois foram identificadas cerca de 50 pontes que serão construídas (espécie de pontilhões), além de trabalhos de terraplanagem e troca dos dormentes, que a forte chuva destruiu. Em Alagoas, apenas quatro estações - União dos Palmares, Lourenço de Albuquerque (distrito de Rio Largo), Palmeira dos Índios e Arapiraca - se encontram ainda em atividade pela CFN com pessoal de escritório e manutenção. São 12 homens por estação. A Gazeta também apurou que as empreiteiras escolhidas pela direção da CFN ultimam preparativos para instalarem seus canteiros de obras em cidades estratégicas de PE e AL. As empresas envolvidas no processo de recuperação seriam a Queiroz Galvão, a OAS, Camargo Correia e uma outra procedente de Portugal. |IN ### Juvina lembra do tempo em que trem levava passageiros Em União dos Palmares, a CFN terá de recuperar cerca de 70 metros da malha ferroviária destruída pelas águas do Rio Mundaú, próximo ao povoado Jacinto, na Usina Laginha. Naquela localidade, um pontilhão foi destruído e os trilhos retorcidos. Para a aposentada Juvina Maria da Conceição, 90, moradora do lugar há 35 anos, a reativação da linha do trem é uma boa notícia. “A linha do trem faz parte dos costumes da minha vida. Quando o trem deixou de circular eu senti muito, mas essa notícia de que ele vai voltar me devolve a alegria”, conta ela. Juvina lembra ter viajado muito para Maceió no trem de passageiros. Porém, Juvina ficou decepcionada quando a Gazeta informou que o retorno do trem será apenas para carga. “Era bom demais para ser verdade!” ECONOMIA Com a volta do trem de carga o transporte de produtos considerados importantes para a economia, como álcool para a Rhodia, instalada no Recife, volta a ser feito. A volta dos trilhos também vai abrir caminho para o transporte de argila de Propriá para a cerâmica Porto Rico, no Recife; produtos siderúrgicos (ferro e arame para a Gerdau, também no Recife); de açúcar demerara e cristal da Usina Serra Grande, em São José da Laje. Já a Usina Laginha transporta álcool anidro e hidratado para Fortaleza, no Ceará; Teresina, no Piauí, e São Luiz do Maranhão. A estação ferroviária de União dos Palmares se tornou importante pela sua ligação com o Estado de Pernambuco e boa parte da região Norte. |IN

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