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Nº 5759
Cidades

Prefeituras de AL s�o citadas em fraude

GILVAN FERREIRA Repórter O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Sales, vai pedir ao Ministério Público (MP) de Alagoas abertura de investigação contra os prefeitos de Jacuípe, Amaro Jorge Marques da Silva (PPS), e de Chã-Preta, Aud

Por | Edição do dia 11/02/2006 - Matéria atualizada em 11/02/2006 às 00h00

GILVAN FERREIRA Repórter O procurador-geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Sales, vai pedir ao Ministério Público (MP) de Alagoas abertura de investigação contra os prefeitos de Jacuípe, Amaro Jorge Marques da Silva (PPS), e de Chã-Preta, Audálio Dantas, e o ex-prefeito de Campestre, Gervásio Oliveira Lins (PMDB), acusados de envolvimento em fraudes em licitações e desvio de recursos públicos. Os gestores alagoanos aparecem na documentação apreendida com a quadrilha supostamente liderada pelo contador pernambucano Cleovaldo José da Silva, proprietário da empresa Astecom, com sede em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Segundo o procurador Francisco Sales, a quadrilha, que seria formada por mais de 20 pessoas, vinha sendo investigada há cerca de um ano. A quadrilha é acusada de desviar mais de R$ 30 milhões dos cofres de 40 municípios de Pernambuco, seis da Bahia e três de Alagoas. Os promotores envolvidos nas investigações apreenderam cerca de 500 mil documentos, 20 computadores, talões de cheques e notas fiscais frias que comprovariam as irregularidades nas prefeituras dos 49 municípios. Parte da documentação será encaminhada segunda-feira ao procurador-geral de Justiça de Alagoas, Coaracy Fonseca, que deve indicar os promotores que vão atuar nas investigações, que já levaram 11 pessoas para a prisão em Pernambuco. ### Quadrilha agia há 10 anos; ex-secretária acusa patrão Segundo investigações do Ministério Público de Pernambuco, a fraude nas licitações servia para que os prefeitos e secretários desviassem recursos das prefeituras. As empresas também administravam os recursos de algumas prefeituras envolvidas no esquema. O procurador Francisco Sales explicou como funcionava o esquema montado pela quadrilha, que já vinha agindo há cerca de 10 anos. “Muitas vezes, os prefeitos gastavam o dinheiro e pediam para que arranjassem notas fiscais para comprovar a utilização dos recursos. As licitações eram direcionadas e as três empresas utilizadas pela quadrilha sempre participavam do processo. Muitas vezes o prefeito indicava uma empresa para ganhar a licitação ou a própria quadrilha fazia essa indicação”. A ex-secretária de Finanças e ex-presidente da comissão de licitação da Prefeitura de Jacuípe, Denise Ferreira, confirmou o envolvimento do prefeito Amaro Jorge com a quadrilha. “Os documentos da prefeitura eram enviados para Garanhuns, Pernambuco, onde as licitações eram montadas e depois voltavam para a prefeitura prontas para o prefeito assinar. A comissão de licitação do município não participava do processo, não havia abertura de envelopes, ou seja, as regras exigidas no processo de licitação não eram respeitadas. Os empenhos, as ordens de pagamento, eram digitados na prefeitura e depois mandados para Garanhuns”, alegou Denise Ferreira. |GF ### Contador confirma esquema, mas prefeitos negam versão O contador Cleovaldo José da Silva, acusado de liderar a quadrilha de fraudadores, revelou que “ajudou” o ex-prefeito de Campestre, Gervásio Lins, a “arrumar” as contas do seu último ano de administração, 2004. Cleovaldo sugeriu que conseguiu “enganar” os técnicos do Tribunal de Contas de Alagoas. “Eu fiz a contabilidade de Campestre, não tinha nota, não tinha nada e eu dei um jeito. Os técnicos do Tribunal de Contas estiveram lá em Campestre para investigar as contas e não encontraram nada”, garantiu Cleovaldo Silva. Reação O ex-prefeito de Campestre, Gervásio Lins, negou as acusações do contador e afirmou que não tinha nenhum envolvimento com a quadrilha. “Eu posso garantir que não cometi nenhuma irregularidade. Eu fui prefeito de Campestre por oito anos, de 1997 a 2004, e tive as minhas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas. Todas as minhas obras foram licitadas e estão todas lá. Se o senhor Cleovaldo cometeu alguma fraude a responsabilidade é dele, pois eu sempre trabalhei corretamente. Isso tudo aí também pode ser politicagem, mas estou à disposição do Ministério Público e do Tribunal de Contas de Alagoas”, disse Gervásio Lins. O prefeito de Jacuípe, Amaro Jorge Marques, negou as denúncias de sua ex-secretária de Finanças e ex-coordenadora de licitações da Prefeitura de Jacuípe, Denise Ferreira, que confirmou a sua participação em fraudes de licitações públicas. “Eu vou processá-la, não tenho nenhum envolvimento com essas fraudes. Todos os processos de licitação feitos no município foram legais e se houve alguma fraude a responsabilidade é da empresa de contabilidade”, rebateu Amaro Jorge Marques. A Gazeta tentou contato com o prefeito de Chã Preta, Audálio Dantas (PSDB), mas ele não foi encontrado para falar sobre as denúncias de seu envolvimento com fraudes no seu município. |GF

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