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Nº 5759
Cidades

IMA aperta cerco a usinas alagoanas

| FÁTIMA ALMEIDA Repórter Todas as usinas de açúcar de Alagoas terão de apresentar ao Instituto do Meio Ambiente (IMA), até o dia 31 de março, seus projetos de fertiirrigação, com as adequações recomendadas em inspeções feitas pelo órgão. O termo de ref

Por | Edição do dia 14/02/2006 - Matéria atualizada em 14/02/2006 às 00h00

| FÁTIMA ALMEIDA Repórter Todas as usinas de açúcar de Alagoas terão de apresentar ao Instituto do Meio Ambiente (IMA), até o dia 31 de março, seus projetos de fertiirrigação, com as adequações recomendadas em inspeções feitas pelo órgão. O termo de referência foi firmado ontem, numa reunião entre representantes do setor sucroalcooleiro e o assessor especial da presidência do IMA, Álder Flores. Segundo Flores, a reunião já estava prevista há mais de um mês, mas o acidente ecológico envolvendo a Usina Santa Clotilde, que atingiu o sistema Pratagy, deixando vários bairros de Maceió sem água, na semana passada, acelerou a discussão. Ele informou que na próxima semana o IMA vai intensificar a fiscalização. “Queremos cadastrar todas as áreas de vinhaça e reavaliar os projetos de fertiirrigação. Serão necessários alguns estudos para que possamos conceder a licença cabível. Para alguma atividades, faremos restrições em relação à área, como as próximas a encostas ou sem medidas de segurança adequadas”, destacou Álder. Segundo ele, o acidente da Santa Clotilde reacendeu a luz de alerta. Há mais de 10 anos não acontecia algo parecido. “Temos clareza de que situações como essa podem ocorrer a qualquer momento, por imperícia, negligência ou por acidente, mesmo. Mas nosso papel é estabelecer critérios e cobrar todas as providências para reduzir as possibilidades de novos acidentes”, disse ele. Álder Flores lembra que, independentemente de culpa, toda empresa envolvida num acidente ecológico é responsabilizada e obrigada a recuperar a área e a arcar com as sanções cabíveis. “As próprias usinas precisam intensificar a fiscalização sobre si mesmas”, diz ele. A Santa Clotilde foi autuada pelo IMA e deve pagar multa que varia de R$ 50 a R$ 50 milhões. Segundo a presidente do IMA, Sandra Menezes, a multa é revertida para a recuperação do dano causado à natureza. O laudo da amostra da água recolhida do Sistema Pratagy após o acidente será divulgado esta semana. “Com o laudo, saberemos a dimensão do prejuízo causado à natureza pelo vazamento de vinhaça e as medidas que deverão ser tomadas”, diz. Para o engenheiro agrônomo Rômulo Patriota, supervisor técnico na área de fertiirrigação de uma das usinas do Grupo Toledo, a discussão de medidas de segurança com o IMA é sempre uma boa iniciativa. Ele considera que acidentes como o da Santa Clotilde são inadmissíveis, embora possam acontecer. “De 30 anos para cá tornou-se inadmissível não usar os subprodutos do álcool. A vinhaça é um recuperador do solo, e isso é comprovado em estudos. Mas é preciso ter muito cuidado. Um acidente desse afeta a imagem de todas as usinas”, reconhece ele.

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