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Nº 5898
Cidades

Pinto arrasta 100 mil foli�es na orla com hexa na cabe�a

Marcos Rodrigues Repórter O bloco Pinto da Madrugada confirmou sua fama de ser o que mais arrasta foliões, na semana pré-carnavalesca. Ontem, mais de cem mil pessoas dançaram ao som do legítimo frevo, tocado por 15 bandas vindas do interior do Estado. E

Por | Edição do dia 19/02/2006 - Matéria atualizada em 19/02/2006 às 00h00

Marcos Rodrigues Repórter O bloco Pinto da Madrugada confirmou sua fama de ser o que mais arrasta foliões, na semana pré-carnavalesca. Ontem, mais de cem mil pessoas dançaram ao som do legítimo frevo, tocado por 15 bandas vindas do interior do Estado. Este ano a referência do bloco foi a Copa do Mundo. Por isso, o Pinto veio com a faixa de hexacampeão, uma referência aos seis anos do bloco e à tentativa da Seleção de ser hexa na Alemanha. A concentração começou cedo, mas a saída só ocorreu a partir da 9h30. Muitos foliões quando chegaram o Pinto já estava na avenida. “Queríamos sair mais cedo, mas as pessoas só começam a chegar mais tarde”, justificou um dos organizadores do bloco, Marcial Lima, atual secretário municipal de Cultura. Ele acredita que o papel do bloco, que é o de resgatar o legítimo frevo, já foi cumprido. Por isso, não descartou que nos próximos anos ele amplie o seu desfile para os dias de carnaval. “É uma possibilidade, até porque nos bairros já há esse movimento. Pelo menos 40 blocos estarão nas ruas na próxima semana”, acrescentou Marcial Lima enquanto ajustava o bloco. Curtição O Pinto da Madrugada é mesmo uma curtição. Famílias inteiras se fantasiam para aproveitar a apresentação das bandas de frevo. Num dos prédios, parentes do aposentado Nivaldo Lima transformaram a varanda do imóvel em camarote. “Os mais velhos ficam aqui. Mas a garotada está toda lá em baixo”, disse Nivaldo, empolgado com o retorno das marchinhas. A fama do bloco foi longe. O pernambucano Álvaro Pantoja e a esposa, há quatro anos, participam do desfile em Alagoas. Ele sabe que o Pinto da Madrugada surgiu em homenagem ao tradicional Galo da Madrugada, que mobiliza a cada ano cerca de um milhão e meio de foliões.“E na semana que vem estaremos no Recife e Olinda acompanhando tudo”, disse Alvaro, enquanto dava alguns passos de frevo. O potiguar Ovídio Gurgel, radicado em Alagoas, entrou no clima de folia e, literalmente, se fantasiou de pinto. Sua esposa entrou no embalo e se enfeitou de galinha. “Somos o galo Frederico e galinha Magnólia. Acompanhamos o pinto há quatro anos e acho que ele está conseguindo resgatar o bom carnaval”, disse Ovídeo. Adereços Além das fantasias, o adereço mais consumido pelos foliões foram as tradicionais sombrinhas coloridas de frevo. Ao preço de R$ 10 era possível adquirir também um sombreiro para a cabeça. Por causa da temperatura, na casa dos 35 graus, muita água foi consumida pelos foliões. Para atender os mais afoitos ou vítimas do calor, a organização do bloco contou com a presença de ambulâncias com médicos de plantão. Mas o que prevaleceu foi mesmo a animação. Nenhum incidente grave foi registrado e, mais uma vez, o Pinto da Madrugada foi para avenida com a certeza de que faria história.

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