Pinto arrasta 100 mil foli�es na orla com hexa na cabe�a
Marcos Rodrigues Repórter O bloco Pinto da Madrugada confirmou sua fama de ser o que mais arrasta foliões, na semana pré-carnavalesca. Ontem, mais de cem mil pessoas dançaram ao som do legítimo frevo, tocado por 15 bandas vindas do interior do Estado. E
Por | Edição do dia 19/02/2006 - Matéria atualizada em 19/02/2006 às 00h00
Marcos Rodrigues Repórter O bloco Pinto da Madrugada confirmou sua fama de ser o que mais arrasta foliões, na semana pré-carnavalesca. Ontem, mais de cem mil pessoas dançaram ao som do legítimo frevo, tocado por 15 bandas vindas do interior do Estado. Este ano a referência do bloco foi a Copa do Mundo. Por isso, o Pinto veio com a faixa de hexacampeão, uma referência aos seis anos do bloco e à tentativa da Seleção de ser hexa na Alemanha. A concentração começou cedo, mas a saída só ocorreu a partir da 9h30. Muitos foliões quando chegaram o Pinto já estava na avenida. Queríamos sair mais cedo, mas as pessoas só começam a chegar mais tarde, justificou um dos organizadores do bloco, Marcial Lima, atual secretário municipal de Cultura. Ele acredita que o papel do bloco, que é o de resgatar o legítimo frevo, já foi cumprido. Por isso, não descartou que nos próximos anos ele amplie o seu desfile para os dias de carnaval. É uma possibilidade, até porque nos bairros já há esse movimento. Pelo menos 40 blocos estarão nas ruas na próxima semana, acrescentou Marcial Lima enquanto ajustava o bloco. Curtição O Pinto da Madrugada é mesmo uma curtição. Famílias inteiras se fantasiam para aproveitar a apresentação das bandas de frevo. Num dos prédios, parentes do aposentado Nivaldo Lima transformaram a varanda do imóvel em camarote. Os mais velhos ficam aqui. Mas a garotada está toda lá em baixo, disse Nivaldo, empolgado com o retorno das marchinhas. A fama do bloco foi longe. O pernambucano Álvaro Pantoja e a esposa, há quatro anos, participam do desfile em Alagoas. Ele sabe que o Pinto da Madrugada surgiu em homenagem ao tradicional Galo da Madrugada, que mobiliza a cada ano cerca de um milhão e meio de foliões.E na semana que vem estaremos no Recife e Olinda acompanhando tudo, disse Alvaro, enquanto dava alguns passos de frevo. O potiguar Ovídio Gurgel, radicado em Alagoas, entrou no clima de folia e, literalmente, se fantasiou de pinto. Sua esposa entrou no embalo e se enfeitou de galinha. Somos o galo Frederico e galinha Magnólia. Acompanhamos o pinto há quatro anos e acho que ele está conseguindo resgatar o bom carnaval, disse Ovídeo. Adereços Além das fantasias, o adereço mais consumido pelos foliões foram as tradicionais sombrinhas coloridas de frevo. Ao preço de R$ 10 era possível adquirir também um sombreiro para a cabeça. Por causa da temperatura, na casa dos 35 graus, muita água foi consumida pelos foliões. Para atender os mais afoitos ou vítimas do calor, a organização do bloco contou com a presença de ambulâncias com médicos de plantão. Mas o que prevaleceu foi mesmo a animação. Nenhum incidente grave foi registrado e, mais uma vez, o Pinto da Madrugada foi para avenida com a certeza de que faria história.