Cidades
Atendimento continua restrito

| MARCOS RODRIGUES Repórter O atendimento na Maternidade Santa Mônica continua restrito a gestantes de alto risco. A medida foi tomada desde a semana passada pela direção da unidade de saúde e tem como objetivo evitar a superlotação e reduzir os riscos para os usuários. ?Na verdade, somos uma unidade que só atende pacientes em risco, porém, estamos realizando um seleção ainda mais rigorosa por causa da falta de leitos?, diz o diretor-médico José Carlos Silver, acrescentando que as internações só ocorrem a partir de encaminhamentos de outras unidades de saúde e após uma avaliação clínica do paciente. Referência no Estado, a Santa Mônica atrai todas as gestantes consideradas de risco. O principal complicador que determinou a suspensão no atendimento foi a quantidade de leitos na UTI neonatal. Na Santa Mônica existem 11, ainda assim, 14 mães estão sendo atendidas. O atendimento intermediário, que dispõe de 32 vagas, está com 40 gestantes internadas. ?O problema é que no interior não há esse tipo de assistência, o que nos sobrecarrega?, diz José Carlos. De acordo com o diretor-médico da maternidade, a interrupção no atendimento é uma medida de segurança para evitar quadros infecciosos, que possam comprometer a saúde dos bebês. No período em que se recuperam, a baixa imunidade das crianças, em alguns casos, favorece infecções oportunistas. Permanência Outro detalhe que dificulta o surgimento de vagas é a permanência das crianças na UTI neonatal. O tratamento, uma vez iniciado, não pode ser interrompido. O prazo de permanência dos bebês que necessitam de acompanhamento médico varia de dois dias até a dois meses, principalmente para os casos de nascimento de prematuros. Um outro detalhe envolve o número de profissionais. Isto porque o monitorameno é diário. E com um quadro de superlotação esse trabalho poderia ser prejudicado, já que a equipe é montada a partir do número de leitos. Nos corredores, mãe divide espaço com os profissionais A Gazeta acompanhou, ontem à tarde, o processo de seleção para internamento de uma gestante de alto risco. A mãe apresentava quadro de pressão alta que fora identificado na maternidade Paulo Neto, em Maceió. ?Segundo as explicações da médica que nos atendeu lá, minha mulher não deveria voltar para casa porque, além da pressão alta, ela também está com pernas e braços inchados?, dizia o músico Alan Santos, enquanto sua esposa preenchia a ficha para internamento no balcão de informações. PREMATURO Magda Barbosa, 26, espera o primeiro filho e, nos últimos meses, vem apresentando complicações na gravidez. Hoje, com sete meses de gravidez, ela é candidata a dar à luz um bebê prematuro. ?Acho que é o que vai acontecer porque tem sido muito sofrimento?, dizia ela, com expressão de dor. A reportagem teve acesso ao local da UTI neonatal e pôde perceber a superlotação. Pelos corredores, mães dividem espaço com profissionais, enquanto os bebês são acompanhados. |MR