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Grupos fazem surgir novo artesanato

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| FERNANDO VINÍCIUS Repórter Maragogi - Blusas de fuxico, sandálias com aplicações de escamas tingidas, bolsas produzidas com fibra da bananeira ou palha de milho e outros adereços feitos a partir de material reciclado. Estas são algumas das peças que compuseram os modelos do primeiro desfile “Artesanato 100% Maragogi” promovido pela recém-formada Associação dos Artesãos Costa dos Corais de Maragogi. O evento é um reflexo dos avanços conquistados a partir da organização do setor, trabalho iniciado no fim do ano passado com apoio da prefeitura e da Incubadora Empresarial de Maragogi (Iemar). Um dos indicadores do sucesso do artesanato feito no município está nas vendas obtidas na feira provisória instalada na orla da cidade, passagem obrigatória dos turistas e moradores. Funcionando somente à noite, único horário em que os filiados da associação – em sua maioria mulheres – podem se dedicar à comercialização das peças por causa das outras atividades que exercem durante o dia. Tempo suficiente para a professora da rede municipal Selma Patrícia expor as sandálias estilizadas com miçangas. Cada par dos diversos modelos de havaianas que compra diretamente do distribuidor no Recife (PE) recebe uma nova roupagem, garantia de exclusividade dos produtos expostos. Ela disse que se interessou pela atividade em 2005, quando precisou fazer fisioterapia durante um ano na capital pernambucana. “Uma amiga trouxe para vender na clínica e eu achei que podia fazer melhor”, conta Patrícia. Pouco tempo depois já estava produzindo e vendendo mais do que a concorrente, competência que implicou no fim da amizade. A professora estima ter faturado somente em janeiro entre R$ 500 e R$ 600, lucro livre dos custos referentes à aquisição de material. Ela diz que prefere comprar as miçangas no Recife porque “tem mais variedade e o preço é mais em conta”. Selma Patrícia tem suas razões para arcar sozinha com a compra do material de trabalho, mas se preferisse poderia ter os custos ainda mais reduzidos. De acordo com a presidente da Associação dos Artesãos Costa dos Corais, Célia Vieira, tecidos e miçangas já estão sendo negociados pela entidade em Caruaru (PE) por preços abaixo do valor de mercado. “Se não tivéssemos formados a associação não teríamos conseguido esse tratamento diferenciado”, explicou. Ao seu lado, a vice-presidente Adriana Gomes demonstra satisfação. Aproveitando sua fluência na comunicação, a ex-radialista fez as honras do desfile e não escondia a satisfação conquistada depois de ter abandonado o microfone para se dedicar exclusivamente ao artesanato. Arte no fuxico Há dois anos ela fundou o grupo Arte no Fuxico, formado atualmente por 25 mulheres, inclusive de São José da Coroa Grande e Barreiros, cidades pernambucanas que ficam na divisa com Alagoas. Os bordados estiveram na passarela e estão sendo divulgados para estilistas de outras regiões do País aproveitarem em suas coleções, seguindo a tendência da moda em valorizar manifestações populares autênticas. “O artesanato pode sim representar e bem Maragogi”, assegurou Adriana Gomes. A idéia agradou ao prefeito de Maragogi, Marcos Dias Viana, o Marcos Madeira (PTB), que resolveu encomendar 200 bolsas confeccionadas com fibra da bananeira ao grupo de mulheres do assentamento Itabaiana. A intenção é distribuir entre os empresários que visitarem o estande de Maragogi durante a reunião da Brazil National Tourism Mart (BNTM), considerada a maior feira de negócios de turismo do País que será realizada no fim do próximo mês, em Maceió. “Como elas já tinham outras entregas para fazer, não puderem aceitar a nossa encomenda”, lamentou Madeira. Independência As artesãs de Itabaiana não se integraram ao processo de formação da associação que está representando o setor em Maragogi e realizam as atividades de produção e comercialização de maneira independente. De acordo com a presidente da nova entidade, Célia Vieira, a Associação Costa dos Corais tem condições de atender à encomenda da prefeitura e se coloca à disposição para cumprir a tarefa. A diversidade e a qualidade do artesanato feito em Maragogi – mais de 60 variedades distribuídas em 22 grupos distintos – pode até decorar o ponto de exposição dos atrativos turísticos da cidade durante a reunião da BNTM. Para que todos os 78 associados possam melhorar o escoamento do que cada um produz em grupo ou individualmente, falta um ponto fixo que resolva essa situação. Com apoio da prefeitura e da Iemar, os artesãos pediram o empréstimo de um imóvel do governo estadual localizado na Avenida Rui Palmeira, orla da ciadade e Maragogi, considerado ponto ideal para o negócio. De acordo com Marcos Madeira, já foram mantidos contatos com representantes do governador Ronaldo Lessa, que acenaram com a possibilidade de cessão do imóvel, que se encontra fechado desde dezembro de 2004.

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