Problema � s�rio na �rea informal
O procurador regional do Trabalho, Alpiniano do Prado Lopes, admite, também, que é muito difícil combater o trabalho infantil no setor informal. Mas o Ministério Público do Trabalho não pode punir os pais que colocam seus filhos para trabalhar. Podemos
Por | Edição do dia 19/05/2002 - Matéria atualizada em 19/05/2002 às 00h00
O procurador regional do Trabalho, Alpiniano do Prado Lopes, admite, também, que é muito difícil combater o trabalho infantil no setor informal. Mas o Ministério Público do Trabalho não pode punir os pais que colocam seus filhos para trabalhar. Podemos autuar, no entanto, o caso de pessoas que utilizam a mão-de-obra infantil para realizar alguns trabalhos, como a venda de flores, sorvetes e outros produtos, principalmente no período noturno. Ele explica, no entanto, que no caso do combate à exploração de crianças e adolescentes cabe uma ação do Ministério Público Estadual ou dos conselhos tutelares. Engraxate O engraxate M. R, de 10 anos, cursa a terceira série do Ensino Fundamental. Apesar de ser um dos beneficiados pelo Bolsa-escola, ele trabalha pelo menos seis horas por dia, engraxando sapatos pelas ruas de Maceió. M. afirma que os pais não aprovam que ele trabalhe. Eu trabalho porque quero, diz. Não quero só o dinheiro do Bolsa-escola. O dinheiro que ganho como engraxate é só para mim, e coloco tudo num cofrinho. Em dias de muita clientela, M. chega a ganhar R$ 4,50. A gente cobra R$ 1,00 e até R$ 2,00 se a pessoa for rica, comenta. Um dos poucos que sabem ler e escrever entre seus companheiros engraxates, M. frisou que pretende ser cantor. E já faz apresentações na escola em que estuda. A mesma sorte de um futuro melhor não tem a maioria dos trabalhadores mirins que perambula pelas ruas de Maceió, que, sem estudo e qualificação profissional, vai aumentar a fileira dos miseráveis do País.