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Nº 5811
Cidades

Sebos s�o op��o para quem n�o pode onerar o bolso com a leitura

Wellington Santos Espalhados pelo centro de Maceió, eles chamam atenção pelo volumoso acervo de publicações e por se constituírem em alternativa para professores, estudantes e leitores em geral que querem adquirir um bom livro didático ou uma obra de g

Por | Edição do dia 19/05/2002 - Matéria atualizada em 19/05/2002 às 00h00

Wellington Santos Espalhados pelo centro de Maceió, eles chamam atenção pelo volumoso acervo de publicações e por se constituírem em alternativa para professores, estudantes e leitores em geral que querem adquirir um bom livro didático ou uma obra de grande vulto literário - inclusive raridades - em bom estado de conservação. Popularmente conhecidos como “sebos”, os alfarrábios são opção para quem não quer onerar o bolso e fugir dos altos preços das obras nas livrarias tradicionais. As publicações variam da obra mais célebre, como “Dom Quixote de La Mancha”, “O Príncipe”, e autores consagrados de Jorge Amado, Paulo Coelho e Karl Marx , às populares histórias em quadrinhos e romances popularescos, como “Sabrina”, que fazem a alegria, principalmente do público infantil e das adolescentes, tudo a preços bem acessíveis. “Temos livros aqui que variam entre 0,50 e 2 reais. No nosso caso, trabalhamos mais com os romances do tipo Sabrina, Bianca e Júlia, que são muito procurados pelas adolescentes, além da literatura de cordel”, explicou a vendedora Joana da Hora Salles, que é dona de um alfarrábio que funciona em meio à popular “Feira do Passarinho”, no bairro da Levada. Já em outro alfarrábio que funciona defronte da Santa Casa de Misericórdia de Maceió, no Centro, o acervo é vasto e dispõe de obras para todos os gostos de leitura. “Nosso acervo vai de obras consagradas, grandes clássicos da literatura, como a coletânea de Dom Quixote de La Mancha, todas as edições do Dicionário do Aurélio e de outros, livros de Medicina, Direito e Engenharia, antiguidades, às publicações mais populares, como os gibis”, afirma Socorro Arcanjo, proprietária do Alfarrábio. Ela acrescenta que seu acervo é de aproximadamente 35 mil livros, com 3 mil só de autores alagoanos. Socorro ressalta que existem gostos para todos os gêneros de leituras e que não há aquele que se sobressaia. “Todos os gostos saem bem aqui’, acrescenta. Preços acessíveis Uma das maiores vantagens na compra de um livro nos chamados sebos é o fato de se encontrar com facilidade obras com preços acessíveis ao público e que chegam a sair até por 70% a menos do preço que é vendido nas livrarias tradicionais. Socorro explicou que um livro de Jorge Amado, por exemplo, é vendido em média por R$10 na sua loja, mas nas livrarias chega a sair entre 40 e R$ 50. “Os livros de Medicina em boa conservação aqui saem, em média, aos preços entre 30 e 80 R$, enquanto nas tradicionais lojas do ramo as mesmas obras não saem por menos de 150 reais”, salienta. Obras especializadas O estudante Almir Feciano, 22, estudante de Direito, disse que só compra livros nos alfarrábios, pois encontra livros essenciais à sua profissão pela metade do preço e em ótimo estado de conservação. “Só compro nas livrarias se for o único jeito, elas vendem caro demais ”. Almir destacou ainda que o incentivo à leitura passa necessariamente pelo valor financeiro das obras, uma vez que o poder aquisitivo do brasileiro não permite que ele compre livros. “O governo tem que ter uma política séria para o acesso das pessoas à leitura, se quiser ter um povo culturalmente rico. E isso passa obrigatoriamente pelo preço dos livros”, reforça. Outra estudante, Maria de Lourdes Almeida, do curso de Sociologia, afirma que a “grande vantagem dos sebos, além do preço, é o bom estado de conservação das obras e a vasto acervo à nossa disposição”. Para as pessoas que dispõem de livros em casa e pretendem vendê-los, os proprietários de alfarrábios dizem que é só procurarem os estabelecimentos que eles fazem qualquer tipo de entendimento. “Para os interessados em se desfazer de seus livros, é só nos procurar que fazemos qualquer negócio, dependendo da obra, evidentemente”, frisou Socorro Arcanjo.

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