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Nº 5759
Cidades

Alagoano ignora banco de vacina que pode salvar vidas

| BLEINE OLIVEIRA Repórter A rede pública estadual de Saúde dispõe de um serviço de imunização eficiente, mas que é subutilizado pela população. Na Central Estadual de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi) estão mais de dois milhões de d

Por | Edição do dia 19/03/2006 - Matéria atualizada em 19/03/2006 às 00h00

| BLEINE OLIVEIRA Repórter A rede pública estadual de Saúde dispõe de um serviço de imunização eficiente, mas que é subutilizado pela população. Na Central Estadual de Armazenagem e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadi) estão mais de dois milhões de doses das mais diversas vacinas, das de rotina, como pólio, tétano, hepatite B, até as importadas. Entretanto, o serviço ainda é pouco conhecido e utilizado pelos alagoanos. Para que se tenha uma idéia dessa subutilização, a diretora da Ceadi, médica Leila Moraes, revela que, em 2005, apenas 60% das mulheres em idade fértil receberam a vacina contra o tétano neonatal (dT). Outro fato grave é o baixo número de adolescentes imunizados contra a hepatite B. A situação começa a se tornar crítica, e a preocupar os órgãos de saúde, pois tem crescido no Estado o número de jovens contaminados pelo vírus da doença. A hepatite B é uma inflamação do fígado causada pelo vírus HBV. A contaminação pode ocorrer em transfusões de sangue (mas essa circunstância se tornou rara com a obrigatoriedade de testes dos doadores), pelo uso compartilhado de seringas, agulhas e outros instrumentos entre usuários de drogas, assim como nas relações sexuais sem preservativo (camisinha). A médica Leila Moraes garante que todas as 665 salas de vacinação existentes nas unidades de saúde do Estado estão abastecidas com imunobiológicos. Isso significa que qualquer cidadão, independentemente de indicação médica, pode ser imunizado gratuitamente com as vacinas adequadas a sua idade. Direito de todos “O programa de imunização é de toda a população, não apenas de crianças”, afirma a diretora da Ceadi. Para Leila Moraes, é lamentável que adolescentes estejam se contaminando com o vírus da hepatite B quando o Estado dispõe de vacina em quantidade mais que suficiente para imunizá-los. Ao nascer, toda criança recebe a primeira dose dessa vacina, que precisa ser repetida por mais duas vezes ao longo da vida. “Os jovens devem procurar informações sobre a doença e as formas de se proteger”, ressalta. ### Central do Estado é referência nacional Além dos lotes encaminhados nas campanhas rotineiras, como a vacinação anti-pólio, o Estado recebe os imunobiológicos do Ministério da Saúde de acordo com as suas necessidades. A campanha anti-pólio é realizada em duas etapas. A primeira em junho e a segunda em agosto, para imunizar a população na faixa etária até cinco anos. O programa brasileiro de imunização é respeitado internacionalmente. Alagoas se insere de forma positiva nesse contexto, graças aos investimentos que o governo estadual fez na Ceadi ao longo dos últimos cinco anos. Segundo Leila Lopes, a Central Estadual é referência nacional por sua capacidade de armazenamento. Numa área de 867 metros quadrados localizada no bairro do Farol, foi construída uma câmara frigorífica de 53 metros cúbicos. O destaque é o material que foi utilizado na construção da câmara. “Conseguimos material de melhor qualidade que aquele estabelecido nas normas do Ministério da Saúde. Isso nos tornou referência nacional”, ressalta a médica. Um equipe de 20 funcionários, entre médicos, enfermeiros e pessoal administrativo, trabalha diuturnamente para garantir controle total da temperatura, que não pode sofrer a mínima variação. Um sistema informatizado garante que as vacinas sejam mantidas na temperatura entre 2 e 8 graus centígrados. A câmara passa por manutenção preventiva semanal e o acesso a ela só é permitido com equipamentos de proteção individual (EPIs). A porta se mantém fechada e, caso isso não ocorra em 3 minutos, um alarme dispara imediatamente. Em caso de falta de energia, um gerador garante o funcionamento dos equipamentos por cerca de 72 horas. O controle de estoque é feito por relatórios nos quais os municípios prestam contas das vacinas recebidas. Os imunobiológicos são levados aos municípios num caminhão frigorífico adquirido especificamente para este fim. A Central tem um sistema interligado com o Ministério da Saúde, que acompanha passo a passo toda a distribuição. “Só podemos solicitar reposição de acordo com a distribuição, que é feita com base no número de habitantes”, explica Leila. |BL

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