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Nº 5905
Cidades

Terreno doado por votos sofre invas�o

| MAIKEL MARQUES Repórter Arapiraca - Moradores que ocupam lotes doados ou comercializados no Sítio Baixa da Hora, em Arapiraca, pelo ex-vereador Cícero Valentim em troca de votos na eleição de 2002, denunciaram, ontem, a suposta invasão irregular do im

Por | Edição do dia 25/03/2006 - Matéria atualizada em 25/03/2006 às 00h00

| MAIKEL MARQUES Repórter Arapiraca - Moradores que ocupam lotes doados ou comercializados no Sítio Baixa da Hora, em Arapiraca, pelo ex-vereador Cícero Valentim em troca de votos na eleição de 2002, denunciaram, ontem, a suposta invasão irregular do imóvel por um grupo de pessoas que se diziam contratadas pelo advogado Ricardo Carlos Medeiros. O advogado se diz dono do terreno e briga na Justiça de Arapiraca para conseguir sua posse definitiva desde 2003. O mais novo episódio da disputa pela posse do terreno começou na noite de quinta-feira, quando os supostos contratados do advogado Ricardo Medeiros começaram a montar cerca de arame farpado no terreno, que tem centenas de lotes. “Gastei tudo o que tinha para comprar os lotes. Não posso perdê-los de uma hora para outra”, queixava-se, ontem, Marilene dos Santos, que investiu o “dinheiro de duas casas na cidade” para adquirir 53 pequenos lotes no imóvel. Otacílio Izidoro dos Santos também protesta contra a invasão. “Tenho 27 lotes. Paguei 10 mil reais pelos terrenos. Não saio de jeito nenhum”, afirmou. O aposentado Alonso Correia, de 73 anos, também diz que vendeu “tudo que tinha” para comprar lotes no terreno, que fica ao lado do Distrito Industrial de Arapiraca. Nenhum dos posseiros tem documento que comprove a efetiva posse dos imóveis. Quando adquiriram os imóveis, os primeiros proprietários receberam um simples compromisso de compra e venda do então vereador Cícero Valentim, que, conforme denúncia do Ministério Público, ofertava ou negociava os imóveis em troca de votos. Marciana Lopes, líder dos posseiros, confirma a história de troca por votos. “O Valentim pedia e nós votávamos no candidato dele. Um ano depois, vieram nos tomar os terrenos”, diz Marciana, que briga na Justiça, por meio da Defensoria Pública, para garantir a posse dos imóveis. Ontem, ela forneceu à Gazeta cópia de ação reivindicatória proposta pelo defensor Rômulo Santa Rosa Alves contra Ricardo Medeiros, autor da ação de reintegração de posse. “Os posseiros agiram de boa-fé quando adquiriram os imóveis”, argumenta o defensor. O defensor público também argumenta - no documento encaminhado à Justiça - que na época da ocupação o imóvel estava em nome de Severino Sílvio dos Santos, motivo pelo qual o “silêncio do proprietário” fez com que eles acreditassem que os lotes pertenciam à imobiliária Nosso Lar [empresa fantasma de Cícero Valentim, conforme denúncia do MP]. A Gazeta tentou, mas não conseguiu contato telefônico com o advogado Ricardo Carlos Medeiros.

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