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Nº 5759
Cidades

Varejistas provocam jogo de empurra

| CARLA SERQUEIRA Repórter Após a inauguração da obra inacabada da Central de Abastecimento de Alagoas (Ceasa), na Forene, quinta-feira, dia 30, nem Prefeitura de Maceió e nem governo do Estado sabem que destino terão os quase 300 varejistas que vivem d

Por | Edição do dia 01/04/2006 - Matéria atualizada em 01/04/2006 às 00h00

| CARLA SERQUEIRA Repórter Após a inauguração da obra inacabada da Central de Abastecimento de Alagoas (Ceasa), na Forene, quinta-feira, dia 30, nem Prefeitura de Maceió e nem governo do Estado sabem que destino terão os quase 300 varejistas que vivem do comércio dentro e nos arredores da já chamada antiga Ceasa, ao lado do Mercado da Produção, na Levada. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Rural de Alagoas (Ideral), presidido até o dia da inauguração da obra por Corintho Campelo, órgão que administra a Ceasa, a responsabilidade pelos varejistas é da Prefeitura de Maceió. “Nosso compromisso é com os comerciantes da Ceasa. Não estou mais respondendo pelo Ideral, mas o projeto que deixei foi de que os 96 varejistas que comercializavam verduras e frutas dentro da Ceasa fossem, observados seu potencial de vendas, transformados em atacadistas”, revelou. A Gazeta tentou contato com a nova presidente do órgão, Ileida Ferreira dos Santos, mas não conseguiu encontrá-la. Já no entendimento do secretário municipal de Indústria, Comércio e Agricultura, Rafael Tenório da Silva, a responsabilidade pelo destino dos varejistas é, sim, do governo do Estado. “Foi o governo que não soube administrar a Ceasa e permitiu que os varejistas a descaracterizassem. Não temos onde colocar 300 varejistas. Vamos ter o mesmo problema que estamos tendo hoje com os ambulantes do Centro”, prevê, sem apresentar alternativas. “Inclusive, aquele prédio da antiga Ceasa ninguém sabe nem de quem é, se é da prefeitura ou do governo”, revelou. Não existe nenhuma definição sobre o que será feito com a velha Ceasa. “O prédio está incluído no projeto de requalificação do Centro. Cogita-se a instalação de uma estação de transbordo ou a construção de um shopping popular, mas nada está definido”, disse Tenório. A previsão do governo do Estado é de concluir a nova Ceasa em 45 dias e transferir os atacadistas dentro de dois meses. ### Comerciantes querem ficar na antiga Ceasa Descrentes na transferência ainda este ano para a Forene, os atacadistas da Ceasa, na Levada, temem a paralisação da obra. José Adevársio Caetano da Silva tem 29 anos e desde menino, segundo ele, é comerciante. “Acho que só lá para janeiro a gente vai para a nova Ceasa. Pelo que vi na inauguração, só tem uns 30% da obra pronta”, diz ele. Enquanto os atacadistas esperam apenas o dia da mudança, os varejistas, que somam cerca de 300 comerciantes, não sabem onde vão poder comercializar seus produtos em breve. “Deveriam ter pensado na gente também. Agora vamos ter que ir até a Forene para comprar mercadoria. Não vamos sair daqui sem ter um local adequado”, disse a ambulante Tereza Carlos Bezerra, 52 anos, que junto do marido e de duas filhas vende verdura ao lado da Ceasa. “O melhor”, diz outro varejista, Ivaldo da Silva, 36 anos, “é ficarmos aqui e lá ser criada uma Ceasa para a população do Tabuleiro. Mesmo que o movimento caia 50% com a transferência dos atacadistas, ainda é melhor ficar”, diz ele que vende cereais. Ismar Bomfim, presidente do Sindicato dos Comerciantes da Ceasa, diz que a categoria não aceita ser transferida para as feiras livres do Jacintinho, Levada e Tabuleiro. Segundo ele, a melhor opção seria a permanência dos varejistas e a instalação do terminal de transbordo, que levaria pessoas para o local.

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