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Nº 5759
Cidades

Soldados volunt�rios obrigam policiais militares a ir �s ruas

| Fátima Almeida Repórter Cento e quarenta soldados voluntários assumem, a partir da segunda quinzena de abril, funções administrativas da Polícia Militar, possibilitando o aumento do efetivo de policiais nas ruas. O número é bem menor do que o programa

Por | Edição do dia 01/04/2006 - Matéria atualizada em 01/04/2006 às 00h00

| Fátima Almeida Repórter Cento e quarenta soldados voluntários assumem, a partir da segunda quinzena de abril, funções administrativas da Polícia Militar, possibilitando o aumento do efetivo de policiais nas ruas. O número é bem menor do que o programado. O concurso realizado no ano passado deveria abrir as portas da PM para 500 soldados voluntários, mas apenas 162 foram selecionados e, destes, só restam 140 no processo final de preparação. O curso, iniciado no dia 16 de janeiro, termina no dia 20 de abril. De início, catorze aprovados não compareceram; seis pediram desligamento e outros dois foram aprovados no Curso de Formação de Oficiais da PM. Os que ficaram serão lotados, após a preparação específica, nos setores de informática, telecomunicações e na função de auxiliar administrativo. Temporários “Eles passarão a exercer as atividades meio, para que os policiais que estão no quartel passem a exercer sua atividade fim, que é o policiamento”, explicou o comandante da PM, coronel Acírio Nascimento. Os soldados voluntários terão contrato temporário de dois anos, sendo desvinculados após esse prazo. “Eles não podem exercer atividades policiais, nem mesmo fazer a guarda do quartel; também não podem usar armas, porque não são policiais”, explica o coronel. Isso vai fazer com que alguns policiais permaneçam no quartel, exercendo atividades específicas. “Na banda de música e no setor de informação, por exemplo, não dá para substituir”, diz o comandante. Os voluntários também usarão fardamento diferenciado dos policiais da corporação. Na avaliação do coronel Acírio, a chegada dos voluntários não será a redenção para o déficit de efetivo da Polícia Militar, mas vai ajudar muito. “Teremos um incremento de aproximadamente 100 homens nas ruas”, diz ele. Para quem está no quartel há cerca de dois anos, como o sargento Lira, que cuida da documentação do gabinete, o policiamento ostensivo faz parte das atribuições, mas não deixa de reconhecer que o trabalho no quartel é bem mais tranqüilo e menos estressante. Mesmo assim, ele se diz pronto para retomar suas funções de policial, até porque “nunca estamos totalmente no quartel. Sempre participamos de operações especiais, como jogos, carnaval, eleições”, diz ele. Sua colega, a sargenta Cássia, que atua na recepção do quartel, também se diz preparada. “Sou policial há 14 anos e sempre atuei na rua. Estou no quartel há apenas 30 dias, sabendo que posso voltar a qualquer momento”, diz. Briga judicial O concurso para soldado voluntário virou um embate judicial. A Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) questionou a constitucionalidade, sob o argumento de que não se pode contratar pessoal para o serviço público sem concurso, além do que, segundo a Procuradoria, o processo desvirtua a concepção de trabalho voluntário. O concurso foi suspenso, mas o governo recorreu e conseguiu derrubar a decisão judicial, usando como argumento economia, já que colocaria mais policiais na rua sem ter de gastar com contratações efetivas. As provas, de Matemática, Língua Portuguesa, Conhecimentos Gerais e Noções de Informática, foram realizadas no ano passado e os primeiros soldados voluntários aprovados foram nomeados em janeiro deste ano. Além das provas escritas, os candidatos presisam apresentar conduta ilibada, idoneidade, disciplina, aproveitamento escolar, aptidão para o serviço, dedicação, adequação física e mental para as atividades e perfil psicológico compatível. Foi feita, ainda, uma investigação social. Carência de vagas O projeto foi lançado para suprir a carência de vagas na PM e no Corpo de Bombeiros e prevê que os aprovados receberão dois salários mínimos para exercer funções internas. Quando o concurso foi realizado, previa, além da lotação nos setores de informática, telecomunicações e na função de auxiliar administrativo, o desempenho de funções de saúde, cozinha, de obras e manutenção de instalações e de viaturas, no centro de operações policiais, de telecomunicações e de posto de identificação policial.

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