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Cresce n�mero de crian�as exploradas / Parte II

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WELLINGTON SANTOS Crédito no comércio Walmar descobriu que uma das mulheres trabalhava na Companhia de Abastecimento de Água e Saneamento de Alagoas (Casal) e que emprestava os documentos para ter o crédito no comércio e poder pagar as prestações dos móveis e eletrodomésticos e que o dinheiro das esmolas seria justamente para “pagar as compras”. Buarque frisou que o suposto esquema com crianças funcionaria na Avenida Engenheiro Mário de Gusmão, na Ponta Verde, no cruzamento da Avenida Constança de Góes Monteiro com a Avenida Júlio Marques Luz, em frente à loja Germano Móveis, e o cruzamento da Avenida Gustavo Paiva com Afrânio Lajes, defronte do antigo Shopping Mangabeiras, e a Ladeira da Antiga Rodoviária. De acordo com Walmar, esses pontos seriam exclusivos de algumas famílias, inclusive com o aluguel de pontos por alguns comerciantes. Nossa reportagem foi até o cruzamento do antigo Shopping Mangabeiras e de fato constatou a presença de uma mulher, Rosimeire da Silva, 19 anos, e mais uma adolescente R. S., de 17 anos, e três crianças, uma de 9 anos, outra de 10 e um bebê de apenas 10 meses, que confirmaram ser as únicas freqüentadoras do local, acrescentando que o ponto rendia de R$ 20,00 a 30,00 por dia “nos dias bons” e de R$ 7,00 a 15,00 “nos ruins”. Rosimeire frisou que era moradora do Reginaldo e que contava ainda com a companhia de uma vizinha, que não se encontrava no momento. No trecho da Avenida Constança de Góes Monteiro, um dos flanelinhas da área informou que de fato existe uma senhora que freqüenta a área e tem três crianças, mas que na oportunidade não havia aparecido. “Ela costuma chegar aqui por volta das duas horas da tarde com as crianças e o marido”, disse o menor. Abusos contra as crianças Dione Cavalcante, conselheira tutelar do município, afirmou que o Conselho não tem poder de punição para evitar os abusos contra as crianças, “cabe-nos advertir e responsabilizarmos, encaminhando esses fatos para os órgãos competentes”, frisou, acrescentando que o Conselho vem tentando amenizar a situação com ações que foram iniciadas na área de Jaraguá, no horário entre 10 e 2 da manhã, e numa segunda fase já está prevista também uma ação na região do Ceasa, mas admitiu que falta muita coisa para tirar as crianças da rua. O promotor de Justiça do Núcleo de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério Público, Ubirajara Ramos, frisou que a exclusão social existente no País é a maior responsável pelo descontrole. “Que os pais exploram os filhos isto é um fato, mas se a gente mandar eles para a cadeia, a criança vai para onde? E como ficará sua criação? Cria-se outro problema”. E acrescenta: “Fazer crítica é fácil, mas o MP tem trabalhado com ênfase para mudar esse quadro. Não é apenas uma ação judicial para colocar os pais na cadeia que vai resolver o problema, porque eles fazem isso para sobreviver. Além disso, muitas famílias vêm do interior para a capital, agravando a situação. O governo precisa intensificar os programas sociais para diminuir essa situação”. O secretário de Ação Social do Estado, Arnóbio Cavalcante, salientou que para tentar amenizar a situação foi feito um mapeamento da pobreza em Alagoas e que ficou constatado no estudo que 56% da população do Estado é excluída e que desses a metade é de crianças e adolescentes. “Nossa ação agora com esse estudo é ir até o pobre e gerir os recursos com os programas de renda mínima. Sabemos que muito precisa ser feito ainda, mas já tiramos da rua 311 mil crianças com o Bolsa-Escola e 25 mil no Peti, em Alagoas, além do Programa Nacional de Geração de Renda, no qual está incluída a população economicamente ativa entre 18 e 66 anos ”.

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