Desvio de dinheiro supera os 500 milh�es de d�lares

Somente na década de 1980 estima-se que o desvio de dinheiro público destinado às obras de combate aos efeitos da seca tenha ultrapassado os 500 milhões de dólares, ou quase 1,5 bilhão de real (cotação de sexta-feira, 7). Mas quando se esperava que o governo federal fosse apurar as irregularidades, veio a notícia da extinção da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Com a extinção da Sudene, que foi reduzida à condição de mero escritório de consultoria técnica, a chance de se apurar as denúncias e punir os responsáveis pela corrupção não existe mais. Ainda se chegou a fazer o levantamento das obras suspeitas, mas o trabalho foi interrompido e não há interesse por parte do governo em reiniciá-lo. As denúncias vão acabar caducando, ou seja, perdendo o prazo legal de questionamento judicial. Os desvios De acordo com as denúncias sobre desvio de dinheiro da seca, os Estados do Piauí, Ceará e Pernambuco foram os que registraram o maior número de casos, até porque foram os que mais receberam verbas. No sul do Piauí, por exemplo, foram listados dez projetos que receberam dinheiro do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), gerenciado pela extinta Sudene, e nada fizeram. Só foi localizadas as placas, anunciando os projetos agropecuários e industriais. Mas Alagoas não ficou de fora da lista dos Estados que desviaram dinheiro para combater os efeitos da seca. De acordo com a apuração da auditoria geral realizada na Sudene, foram desviados em Alagoas o equivalente, hoje, a 10 milhões de dólares. O dinheiro foi liberado pelo extinto Fiset, um fundo que financiava o reflorestamento da caatinga baseado na plantação de caju.