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Nº 5759
Cidades

Seca e baixa umidade contribuem para aumento de incêndios em vegetação

De setembro a dezembro de 2023, foram registradas 476 ocorrências, um crescimento de 130% em relação a 2022

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 09/01/2024 - Matéria atualizada em 09/01/2024 às 04h00

O aumento da temperatura na capital e no interior do Estado, o descarte de lixo irregular e vegetação seca criam condições ideais para incêndios. Os números do Corpo de Bombeiros indicam um crescimento das ocorrências desde 2022 até a primeira semana deste ano.

Os registros mostram que de setembro de 2023 até a semana passada, das 932 ocorrências atendidas pela corporação, 476 foram de fogo em vegetação. No mesmo período em 2022 até o início do ano passado foram registradas 504 ocorrências de incêndio, sendo que 207 em vegetação. Isso representa um aumento de quase 130% nos casos em toda Alagoas.

Somente no intervalo da última semana do ano e os primeiros dias de 2024 foram 41 ocorrências de fogo em vegetação, sendo o dobro do número de registros na virada do ano de 2022 para 2023 quando a temperatura também se elevou.

Segundo a tenente-coronel Viviane Suzuki, a corporação está atenta às principais áreas de risco, tanto na capital como no interior. Ela explica que só os Bombeiros, por meio do 193, estão aptos a combater as chamas, que no caso de vegetação, oferecem riscos e complexidade no enfrentamento.

“Ocorrências de incêndio em vegetação são extremamente complexas, pois vários fatores são envolvidos como: vento, material combustível e extensão atingida. Muitas vezes não há como acessar local. Um outro detalhe é a reignição (novo foco de incêndio já combatido e extinto) que torna muito difícil o combate”, explicou Suzuki.

As condições naturais como o aumento da temperatura e a baixa umidade estão entre os fatores que provocam as queimadas. Mas, a ação humana também não pode ser totalmente descartadas por ainda realizar o descarte de lixo de forma irregular. Outro fator são os fumantes que transitam nas estradas e dispensam “bitucas” de cigarro em acostamentos. A depender das condições da vegetação no local ela pode iniciar um fogo instantâneo.

“Na verdade, os índices de incêndios em vegetação costumam elevar estatísticas entre o final do mês de setembro até início de abril. Isso se dá não somente pela alta temperatura, mas também, pela baixa umidade nesse período em nosso Estado”, confirmou a militar.

Ela ressalta ainda outro detalhe importante que é a presença de vidro, especificamente o fundo de garrafas, que funcionam como lentes. Com a incidência dos raios solares, isso pode provocar superaquecimento e iniciar o fogo. As fogueiras decorrentes de limpeza de terrenos, em alguns casos, também são responsáveis pelo início de incêndios. O descuido com o controle da chama, a influência do vento pode contribuir para que se espalhem em áreas de mata próximas.

Em Alagoas, somente os bombeiros estão habilitados para o combate. Mas, antes de sair em missão, quase sempre, precisam quando acionados pelo telefone iniciar uma investigação para confirmar que não é um trote. Isto porque ainda há pessoas que criam falsas ocorrências o que gera transtorno para as equipes de plantão.

“Após todas as confirmações, liberamos as viaturas para combate, que poderá ser feito por meio de água diretamente no foco do incêndio ou por meio de equipamentos próprios para a atividade, com os chamados abafadores e bombas costais”, completou a tenente-coronel Suzuki.

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