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Sertanejos relegam projeto de energia solar

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Ouro Branco e Maravilha - Inconformados com a potência restrita de 12 volts, a dificuldade de manutenção e o preço ( 12 reais por bateria), os sertanejos que aderiram ao projeto alternativo de energia solar sonham agora com a energia fornecida pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco - Chesf. “É o meu sonho”, disse o fazendeiro José Timóteo. Ele viveu a experiência negativa de ter energia e não poder assistir aos jogos da Copa do Mundo, nem mesmo com o aparelho de televisão portátil preto e branco. Para obter a imagem dos jogos, foi preciso adaptar a televisão à bateria de carro – e ainda assim, as imagens reproduziam fantasmas. O mesmo ocorreu com Júlio de Araújo Ferro, de Maravilha. Ele ficou na cidade, onde a energia tem potência suficiente. Devolvendo A professora Silvana Henrique contou que várias pessoas já desistiram, devolvendo as baterias. “Não adianta, a gente explica, tentando convencê-los a ficar, mas não adianta. Muitos deles devolveram as baterias”, frisou, admitindo que também pensou em desistir. Só não fez porque exerce a função de coordenação do projeto no povoado Belém, nos arredores de Ouro Branco. Outro entrave é a manutenção, que é complicada. Existe o escritório em Santana do Ipanema, mas o número de técnicos é insuficiente para atender à demanda, além disso, há casos que só podem ser resolvidos em Maceió. “Eles vêm, é verdade, mas às vezes demoram. Acho que é porque têm muitos pedidos de manutenção”, disse a zeladora do grupo do povoado Bonito. Ela também não aprovou o projeto, mas não tem outra saída. “Pior é o candeeiro”, admitiu. O contrato O projeto funciona no sistema de parceria entre o consumidor e a Fundação Teotônio Vilela. São mais de 300 associados, mas o número já foi maior. No povoado Joaquim Gomes, às margens da BR-423, todos os sócios aderiram à energia elétrica do projeto Luz no Campo. O agricultor José Gomes é um deles, tem duas fontes de energia – solar e hidráulica; vai devolver a primeira, porque os 12 volts que produz são insuficientes para o consumo da fazenda. Ele sonha com uma fábrica de queijo, o que não seria possível com a energia solar. Zé Gomes fez as contas: para montar a fábrica com energia solar, teria de adquirir vinte baterias, com o custo mensal de 12 reais cada uma. “É inviável, só de energia eu iria gastar 240 reais por mês, no mínimo”. Apesar da reação negativa – o projeto de energia solar só funciona até a chegada da rede de energia elétrica da Chesf - há um movimento para o Luz no Campo encampar o projeto. (RV)

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