Asfalto velho e tr�fego intenso causam buracos

Ana Márcia Maceió tem um revestimento asfáltico com idade avançada e em processo de envelhecimento, cuja consistência não mais resiste à ampliação do tráfego que aumentou na cidade. Para o vereador Judson Cabral, que em junho do ano passado fez um levantamento sobre o problema e entregou um relatório à prefeita Kátia Born, faltou ação preventiva para evitar o caos hoje instalado em praticamente todas as ruas da capital alagoana. “Percorri todos os bairros e levantei todos os problemas, sobretudo na área periférica, detectando o abandono e uma elevada quantidade de buracos na cidade. Até criei o disque-buraco, com o telefone da prefeita, mas hoje, por falta de ações corretivas, preventivas e eficazes durante o verão, a situação piorou”, diz Judson Cabral. O problema se agrava por falta de investimentos na malha viária, no sistema de drenagem de águas pluviais, com a desobstrução e ampliação da capacidade das galerias. “Água é o maior inimigo de qualquer pavimento, mas temos bueiros de 40 centímetros de diâmetro, que teriam que ser de 80 centímetros: é a drenagem subdimensionada”, comenta o vereador. Ele ressalta a excelência da capacidade técnica dos profissionais da área à disposição do município. Na prática, afirma que faltam investimentos financeiros na infra-estrutura da cidade, não apenas no tocante aos buracos, mas na coleta de lixo, na limpeza urbana, no mato e capim que cresce nas áreas públicas, na poda de árvores, no mercado abandonado, nas praias com o crônico problema dos esgotos. “Enfim, a cidade está uma lixeira, mas a prefeita fica brincando de capital americana da cultura”, completa Judson. Prejuízos aos donos de veículos Na prática, numa cidade onde se cobra a chamada “taxa do buraco”, mas eles estão distribuídos por toda parte, quem acaba obtendo um movimento elevado são os proprietários de oficinas mecânicas. A oficina Roberto Auto Peças, localizada nas proximidades do Hospital Sanatório, chega a consertar de 50 a 60 veículos por mês em decorrência de problemas provocados pela buraqueira. “Um dos problemas mais sérios e que me deparei várias vezes aqui na oficina é a perfuração do cárter, provocando vazamento do óleo e até mesmo o comprometimento do motor do veículo”, diz o mecânico José Roberto da Silva. Segundo ele, o prejuízo pode ser bem elevado quando o motorista não percebe o dano de imediato e o óleo acaba vazando e danificando o motor. No último sábado, ele atendeu ao chamado de urgência para rebocar um carro que caiu num buraco no bairro do Trapiche, e acabou com o cárter furado. Além desse problema, Roberto atende, diariamente, a problemas de suspensão, desalinhamento de direção, cortes nos pneus, empeno de jantes, entre outros defeitos. “O pior mesmo é que esses buracos são um risco em potencial de acidentes, porque alguns tomam a pista inteira e provocam colisões de frente, às vezes fatais”, ressalta Roberto.